Experiência de vida

A experiência de quem já fez o Retiro da Boa Morte

Retiro da Boa Morte é uma vivência proposta por monsenhor Jonas Abib à comunidade Canção Nova e aos leigos

Para nós, cristãos, a morte não é um fim, mas a passagem deste mundo para a morada eterna junto a Deus. A minha experiência com o Retiro da Boa Morte – algo proposto pelo fundador da Canção Nova, monsenhor Jonas Abib, ao membros de sua comunidade –, deu-se ainda no tempo de caminho vocacional, um período de discernimento à vocação ao carisma Canção Nova, em 2007.

Na época, os missionários que me acompanhavam, nesse processo de formação, falaram-me sobre o retiro; então, comecei a colocá-lo em prática.

A experiência de quem já fez o Retiro da Boa MorteFoto: Wesley Almeida/ cancaonova.com

O que é o Retiro da Boa Morte?

Na prática espiritual, o retiro é um preparar-se para a confissão, fazendo o exame de consciência, e receber do sacerdote o sacramento da confissão. Já na parte prática – exterior –, você é convidado a olhar suas gavetas, armários, caixas, guarda-roupas e jogar fora aquilo que não tem mais utilidade. As coisas que são úteis, mas você não usa mais, podem ser doadas. Por exemplo: peças de roupas para uma instituição de caridade.

Sem dúvida, o retiro não se trata apenas de jogar fora objetos e materiais que não usamos, mas sim fazer uma verdadeira “limpeza” na alma.

Nesse tempo, pude experimentar, muitas vezes, o amor de Deus por mim, pois, a partir dessa experiência, o Senhor veio em meu auxílio com Sua providência material e espiritual. Pude arrepender-me, procurar o Sacramento da Penitência e fazer uma faxina exterior nas minhas gavetas e armários.

Já indiquei essa prática do retiro para vários amigos. Penso que, agora, com este livro do monsenhor Jonas, muitas pessoas poderão também fazer essa experiência. Confesso que nem sempre fui fiel à prática do Retiro da Boa Morte, mas é um treinamento. Como diz monsenhor, “aprendemos a nadar, nadando. Aprendemos a tocar, tocando”. Assim também é com o retiro.

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Eu tomei a iniciativa de colocar as datas do retiro em minha agenda e programar um alerta em meu celular, assim não acabo me esquecendo de realizá-lo. Precisamos usar esses meios modernos a nosso favor. Outra sugestão é colar um calendário na porta do guarda-roupa ou no espelho.

Com esse ensinamento herdado de Dom Bosco e incentivado por monsenhor Jonas, não apenas vivo a experiência de fazer uma faxina interior e exterior, mas tenho também uma grande oportunidade de colocar em prática a virtude da caridade. Se tenho algo que não uso mais, mas ainda está em boas condições de uso, sem dúvida há alguém necessitado daquele objeto. Entretanto, precisamos ter o cuidado de discernir que aquilo que não serve para mim como cristão, também não deve ser passado para frente, para outros.

“Deus ama quem dá com alegria” (2Cor 9,7). Precisamos aprender, cada vez mais, a ter um coração despojado, pois assim, em cada mês, em cada retiro, vamos nos configurando a Cristo – o que é sempre bom –, para que a morte, quando bater à nossa porta, não nos pegue de surpresa, mas com o coração limpo e purificado, para nos encontrarmos com o Senhor.

 

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