Fui surpreendido por um "eu te amo!"

Hoje pela manhã, obtive respostas sobre um questionamento que me acompanhava há anos: Por que temos tanta dificuldade em dizer “eu te amo”?

Deus é amor, e quando amamos, refletimos Deus, e vivemos o que Ele sonhou para nós aqui na terra. No entanto, somos influenciados a não amar e a não refletir Deus, e isso, conseqüentemente, acarreta a grande dificuldade que temos em demonstrar o amor, por palavras e atos, mas, especialmente por palavras.

Desde a minha infância, as poucas vezes que usei a expressão “eu amo você” foi para uma sedução barata com as meninas com quem eu “ficava”, ou para querer algo em troca, ou dar uma de bonzinho.

Depois que comecei a participar de encontros carismáticos, onde somos motivados a chegar em casa e dizer para os pais que os amamos, descobri o quanto isso era uma violência para mim. Lá no encontro eu me decidia: Vou chegar em casa e dizer-lhes: “Pai, mãe, eu amo vocês!”, mas, na hora eu “amarelava”.

Expressar o amor em palavras, o amor sincero, gratuito, desinteressado, o verdadeiro amor é um desafio, um desafio que nos impulsiona a ultrapassar nossos limites e dificuldades.

Quando morei a 800 quilômetros da casa dos meus pais, em Dourados/MS, para estudar, passei a valorizá-los muito mais, aquela história: só se valoriza, quando se perde. E a necessidade de amar e demonstrar o amor que tinha por eles só aumentava. Então, me decidi que iria dizer aos meus pais o quanto os amava. O primeiro artifício de que utilizei para fazê-lo foi por meio de uma carta. Escrevi naquela noite uma carta dizendo aos meus pais que eu os reconhecia como meus pais, demonstrando em palavras meu amor por eles. Foi libertador.

O segundo passo foi declarar-lhes o meu amor por telefone. Depois, o fiz pessoalmente, mas sem olhar em seus olhos, e hoje, depois de quase 10 anos de luta, expresso-lhes meu amor olhando no fundo dos olhos deles.

…Atualmente…

Passando ao lado de um companheiro de trabalho (Rafael), ouvi:
– Fernando, quero lhe dizer uma coisa: “Eu te amo!”

Na hora, o abracei e fiquei desconcertado. Experimentei um amor sincero, que afastou de mim a tristeza que me rondava. Em lágrimas, fui ao banheiro, escovei os dentes (era após o almoço) e imediatamente me dirigi à mesa de um irmão de comunidade e amigo (meu xará) e fiz o mesmo. A reação dele ao ouvir-me não foi diferente da minha. Esse ato nos levou a uma partilha profunda, mesmo que rápida, e nos aproximou ainda mais como amigos.

O amor transmite Deus. Agora é sua vez. Não pense duas vezes para demonstrar seu amor por pessoas que precisam saber o quanto você as ama. Faça uso dos meios que tiver acesso e faça a experiência. É libertador!

Deus abençoe sua iniciativa de amar.

Seu irmão,