Para que a família viva bem, é preciso que o casal esteja vivendo bem. Para que uma família seja feliz, é importante que o casal experimente a felicidade. Nesses anos de trabalho como terapeutas familiares, temos atendido casais e, diante dos atendimentos, identificamos alguns atos para um casamento feliz. Muitos autores trataram sobre essa temática, no entanto, para nós, esses atos, comportamentos ou mesmo princípios que abordaremos neste capítulo, serão alguns dos quais identificamos a partir da nossa prática clínica e que julgamos serem de suma importância.
Essas atitudes ou atos dizem respeito a comportamentos que trazem a alegria para dentro da casa, e aqueles casais que os praticam têm menor chance de escolher o divórcio como saída.
Não se vive junto para ser cada vez menos feliz, mas para aprender a ser feliz de maneira nova, a partir das possibilidades que abrem uma nova etapa. (Francisco, 2016, p. 193)
O que, na verdade, é ser feliz? O que é ter um casamento feliz?
Será que um casamento feliz é aquele isento de conflitos? Primeiro, é importante entender que não existe casamento sem conflito, pois os relacionamentos geram tensões e, certamente, teremos conflitos no casamento e na família. Mas os conflitos não significam, de forma nenhuma, que somos infelizes ou que o nosso casamento é infeliz. Segundo Ferraz, Tavares e Zilberman (2007),
a felicidade é uma emoção básica, caracterizada por um estado emocional positivo, com sentimentos de bem-estar e de prazer, associados à percepção de sucesso e à compreensão coerente e lúcida do mundo.
Os mesmos autores ressaltam ainda que “a felicidade é uma condição que difere da ausência de infelicidade”, ou seja, ser feliz não significa a alegria constante, sem nenhum momento de infelicidade. Esses autores demonstram, com a ajuda de pesquisas, que fatores externos, como riqueza, poder e fama, ou mesmo o fato de nos vestirmos conforme a moda, consumirmos determinados produtos, apresentarmos determinada aparência física e tantos outros elementos são ineficazes na busca da felicidade. O artigo aponta teorias que apresentam o otimismo, a resiliência e, principalmente, a religiosidade como fatores preponderantes para a felicidade. De acordo com o trabalho, as pesquisas atestam que pessoas que se descrevem como religiosas tendem a reportar maiores índices de felicidade e satisfação com a vida.
Isso ocorre, porque a espiritualidade ajuda as pessoas a encontrarem um sentido e um propósito; além disso, ao participar da religião conjuntamente com os demais, os religiosos tendem a se sentir menos sozinhos e, talvez por isso, são mais felizes (Ferraz, Tavares e Zilberman, 2007).
O que é a felicidade?
Para nós, a felicidade, realmente, está no agradecimento e reconhecimento de pequenas situações vividas. A felicidade se encontra nas pequenas manifestações da vida. Se quisermos encontrar a felicidade em grandes acontecimentos, talvez nunca nos reconheçamos felizes. Se olharmos para o nosso casamento com um julgamento minucioso, procurando a tristeza, com certeza a encontraremos, mas se entendermos que a felicidade é simples e que o sofrimento é constitutivo da vida, poderemos perceber a felicidade no nosso cotidiano, mesmo que tenhamos sofrimentos.
Muitas vezes, nós idealizamos um final feliz, mas nos esquecemos de investir na felicidade de cada dia; essa felicidade diária se relaciona a pequenas atitudes, comportamentos simples que nos farão interpretar a vida mais positivamente e, portanto, nos tornarão mais felizes.
Então, para que possamos construir um casamento cada vez mais feliz, nós apontamos alguns atos que poderão nortear a nossa vivência, partindo-se do pressuposto de que a felicidade não se encerra nela mesma, mas no dia a dia, em alguns detalhes. É preciso olhar para o que é bom, para descobrir a felicidade. Somos muitos insatisfeitos. Existe em nós uma dificuldade de reconhecer as boas coisas e de ter um coração grato. Quando não fazemos este exercício de ver o bom e reconhecê-lo, podemos experimentar uma expressão popular que muitos dizem no final da vida: “Eu era feliz e não sabia”.
Notadamente, um casamento feliz depende das atitudes tanto do esposo quanto da esposa, uma vez que se trata de um relacionamento e, por esse motivo, claramente, os dois são responsáveis pelo bom andamento do matrimônio. Assim, é indispensável o investimento de ambos os cônjuges, e é preciso que se dediquem para que tudo caminhe para o bem da família. Por isso, entendemos que o investimento deve ser de todos.
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A seguir, os dez atos para um casamento feliz:
1. Ter Deus como centro;
2. Buscar a cura pessoal;
3. Estar disposto a não desistir;
4. Perdoar;
5. Ser amigo;
6. Namorar;
7. Dialogar;
8. Priorizar o outro;
9. Ser verdadeiro;
10. Ser tolerante com as diferenças e dificuldades do outro.
Para entender melhor esses mandamentos, adquira o livro “Diagnóstico familiar“.
Trecho extraído do livro “Diagnóstico familiar”.