Seria uma grande utopia acreditar que em nossos relacionamentos não teríamos discussões e desavenças.
Os conflitos e as discussões em nossos relacionamentos são inevitáveis. Para confirmar esta verdade não se necessita ser nenhum “expert” no assunto.
Já presenciamos esses momentos até entre pessoas que vivem uma relação de forte romantismo. Entretanto, a maneira como lidamos com essas situações é que poderá sinalizar as conseqüências e o futuro das passageiras desavenças dentro da vida conjugal.
Atitudes abusivas
Ninguém “tomado pelo calor de uma situação estressante” poderia no auge de uma discussão externar ao cônjuge palavras de estímulo, como por exemplo: “Você é uma pessoa com grandes qualidades, inteligente, sagaz, intrépida”.
Pelo contrário, mesmo que a pessoa tenha todas essas qualidades, essas virtudes seriam afogadas no mar de palavras pejorativas em tais momentos.
Se não estivermos atentos, esses momentos conflituosos poderão tornar-se um verdadeiro campeonato, para ver quem consegue ser mais hostil com quem se relaciona.
Muitas vezes, tais discussões têm início com uma conversa aparentemente sem relevância, contudo, dentro do casamento, não é raro saber que muitas dessas controvérsias resultaram em atitudes abusivas, em que a agressão física foi aplicada na tentativa de se estabelecer a razão.
Conhecendo as conseqüências da agressividade é necessário lembrar e priorizar o respeito merecido pela pessoa com quem se convive, especialmente, quando se está tomado pelo estresse; pois as sequelas de uma discussão mal administrada poderão trazer profundas feridas para a continuidade de um sadio relacionamento entre o casal.
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A importância de falar de si próprio
As dificuldades financeiras e os desafios enfrentados dentro da vida familiar são os temas mais atualizados nas conversas conjugais; entretanto, o casal pouco fala de si próprio.
Sem perceber, mesmo nos momentos em que os dois estão a sós, o teor da conversa esbarra frequentemente nos problemas, e raramente sobre a importância da presença do outro, de modo a propiciar o namoro por meio das palavras, das manifestações de carinho, como o abraço; e conversas propriamente relacionadas à vida do casal, que poderiam estimular o entrosamento conjugal são muitas vezes esquecidas.
Devido a esse distanciamento, pouco a pouco, os cônjuges começam a tornarem-se estranhos ou independentes dentro do relacionamento, em que a vida comum e solidária é o fundamento dessa relação, e a disposição para a retomada do diálogo “tal como se vivia na época do namoro” pode evitar muitas futuras desavenças.
Em outras ocasiões, ceder ao sacrifício, abrindo mão de nossas pequenas riquezas, poderá ser um ato de bravura no momento da discussão, mas acredito que, o desejo de se moldar às exigências conjugais é a principal atitude para que se consiga minimizar os conflitos.
Seria uma grande utopia acreditar que em nossos relacionamentos não teríamos discussões e desavenças.
Sabemos que, o casamento não aconteceu apenas naquele dia em que decidimos viver juntos, diante do sacerdote, mas atualiza-se a cada novo dia, tendo como bagagem as experiências de todos os outros dias transcorridos, que marcaram vitórias sobre as dificuldades na companhia do cônjuge.