Diante das várias adaptações ou outros desafios pelos quais um casal deve passar, é comum haver momentos de crise. Nesse sentido, é importante levar em conta que essas podem ser grandes oportunidades para ambos darem um salto no relacionamento, se tais crises forem vividas em Deus, que, aliás, é o verdadeiro companheiro dos casais. O Senhor ama as famílias. No matrimônio, Ele abençoa a união daquele casal. Isso quer dizer que, se tiver abertura a Ele, Sua presença, agindo e auxiliando, é certa. Deus tem todo o interesse de manter os cônjuges unidos. Um vez que, por meio do casamento, Ele também sinaliza as núpcias que quer ter conosco.
Outro ponto que precisamos considerar é que, geralmente, as crises não vêm de graça nem do nada. Elas podem ser fruto de algo mais profundo. Talvez uma falta de cura na história, falta de entendimento das diferenças entre homem e mulher, ausência de conhecimento mútuo, desalinhamento de expectativas e assim por diante. Pode vir ainda de uma mágoa guardada e ressentida, uma situação pouco esclarecida, crises financeiras, enfim… há uma série de motivos que, muitas vezes, podem ser desconhecidos do casal. Tudo isso tende a ser alimentado por pequenas situações difíceis do dia a dia. Nesta hora, uma boa dica é sentar e conversar, algo que o casal deve fazer periodicamente.
Diante da crise é preciso dialogar
A primeira ação, diante da crise, é detectar as causas, e isso se faz com diálogo, pondo as questões às claras, com o cuidado de não julgar ou ofender, lembrando que o respeito é o mínimo do amor. Conversar não é fácil porque, quando os sentimentos vêm à tona, somos tomados pela emoção e agimos de forma desproporcional às situações, e reagimos conforme sentimos. Se os ânimos estiverem muito aflorados, o ideal é deixar a poeira baixar e sermos capazes de dominar a nós mesmos. Como diz a Palavra: “Mais vale a paciência que o heroísmo, mais vale quem domina o coração do que aquele que conquista uma cidade” (cf. Prov. 16,32). Essa conversa precisa se dar em clima de oração para não se desvirtuar do objetivo de reconciliação.
Se o casal já não consegue conversar, é preciso buscar ajuda ou uma terceira opinião, que pode ser um casal mais experiente, um sacerdote ou um terapeuta. Um casal que já passou por muitas provas pode ajudar os que estão em crises a compreender melhor as causas e quais passos podem ajudar a solucioná-las. Casais cristãos têm a pastoral familiar, movimentos diversos de apoio à família e o próprio sacerdote que podem auxiliá-los com a escuta e/ou atendimento de oração. Mas se a crise é mais profunda, é importante incluir a ajuda de psicólogos especializados em atender famílias. Esta ajuda, no entanto, não exclui o apoio espiritual que citamos anteriormente.
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O casal precisa querer superar a crise?
Não se pode esquecer também que é importante o casal querer ser ajudado, e cada um dos cônjuges precisa fazer a sua parte mesmo que, em alguns casos, às vezes, é um deles que passa por algum tipo de problema. Os dois precisam dar passos, porque a dificuldade de um gera a crise conjugal. Ambos deveriam corrigir em si aquilo que não constrói bem a relação. Precisa haver também a humildade para reconhecer a necessidade e buscar ajuda. Lembremo-nos de que o casamento é o grande projeto de Deus para a vida de quem traz essa vocação, mas depende também de cada um para que o matrimônio dê certo. A oração a dois é a maneira especial de deixar o Senhor entrar na relação. Se bem conduzidas, as crises podem trazer grandes frutos que servirão de base para situações futuras. Guarde o seu casamento!