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A importância de cultivar a amizade

A verdadeira amizade nos socorre quando menos esperamos

“A amizade é como um título honorífico: quanto mais velha mais preciosa” (Goethe – 1749-1832). Não preciso falar da importância de cultivarmos as boas amizades para sermos felizes. O povo diz, com sabedoria, que “mais vale um amigo do que dinheiro o bolso”, e isso é verdade! O dinheiro não resolve tudo, mas um bom amigo pode, realmente, resolver aquilo que o dinheiro não resolve. A Bíblia diz que quem conquistou um amigo adquiriu um tesouro.

Milan Kundera, escritor tcheco, escreveu em seu livro “A Identidade” que “a amizade é indispensável para o bom funcionamento da memória e para a integridade do próprio eu”. Chama os amigos de “testemunhas do passado” e diz que eles “são nosso espelho, por meio do qual podemos nos olhar”. Ele também diz que “toda amizade é uma aliança contra a adversidade, aliança sem a qual o ser humano ficaria desarmado contra seus inimigos. Os amigos recentes custam a perceber essa aliança, não valorizam ainda o que está sendo contraído. São amizades não testadas pelo tempo, não se sabe se enfrentarão com solidez as tempestades ou se serão varridos numa chuva de verão.”

A importância de cultivar a amizade

Foto ilustrativa: FG Trade by Getty Images

Há uma fábula antiga que mostra a importância da amizade concreta

A pomba e a formiga

“A pomba percebeu que a amiga formiga caiu em um rio e se debatia para não morrer afogada; muito depressa, a pomba tomou um pequeno galho no bico e colocou na água ao lado da formiga, e assim esta se salvou.

Passados os dias, um caçador apontava a sua espingarda para a mesma pomba, que, dormindo no galho de uma árvore, não percebeu o perigo que corria. Eis que a formiga viu, e antes que o caçador atirasse na pomba, jogou-se sobre ele e deu-lhe uma ferroada. O caçador errou o tiro e assim a pomba se salvou.”

A verdadeira amizade nos socorre quando menos esperamos. Podemos esquecer aquele com quem rimos muito, mas nunca nos esqueceremos daquele com quem choramos. O laço da tristeza é mais forte que o laço da alegria. Os corações que as tristezas unem permanecem unidos para sempre.

Na prosperidade, os verdadeiros amigos esperam ser chamados; na adversidade, apresentam-se espontaneamente. A fortuna faz amigos. A desgraça prova se eles existem de fato.

É preciso saber fazer e cultivar amizades, e isso depende de cada um de nós; antes de tudo, do nosso desprendimento e fidelidade ao outro. A grandeza de um homem é medida pela sua capacidade de comunhão. Quem busca um amigo sem defeito fica sem amigo.

Muito cuidado para não perder o amigo por uma futilidade! Seja amigo daquele que pode lhe ensinar muitas coisas, mesmo que ele tenha de lhe dizer verdades amargas. Uma amizade só é valiosa quando um faz o outro crescer.

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Para conquistar um amigo é preciso criar um “deserto” dentro de si, aceitando que o outro venha ocupá-lo. Acolher o amigo é, em primeiro lugar, ouvir. São poucos os que sabem ouvir, porque poucos estão vazios de si mesmos, e o seu “eu” faz muito barulho. Se você souber ouvir, muitos virão lhe fazer confidências.

Se você quiser agir sobre o seu amigo, de verdade, para que ele mude, comece por amá-lo sincera e desinteressadamente. O maior esforço da amizade não deve ser apenas mostrar seus defeitos a um amigo, mas fazer com que ele veja os dele, sem lhe causar mágoa. O maior bem que podemos fazer a ele não é lhe oferecer nossa riqueza, mas o levar a descobrir a dele.

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Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br e Twitter: @pfelipeaquino