Voltemos à história para recordarmos sobre o título de Nossa Senhora Augusta Rainha dos Anjos, a fim de compreendermos melhor a virtude da Doçura Angélica de Maria.
O Beato Luís Eduardo Cestac, padre e fundador de várias Congregações, no ano de 1864, teve duas visões: a de demônios que por toda a terra espalhava muita confusão e a de Nossa Senhora que revelava a necessidade de rezar a Rainha dos Anjos pedindo o envio das legiões dos santos anjos para combaterem e derrotarem os poderes infernais.
Então, disse o Padre Luís Eduardo: “Minha Mãe, Vós sois tão bondosa, por que então não enviais por Vós mesma esses anjos, sem que ninguém vos peça?”. A resposta de Nossa Senhora foi: “Não, a oração é uma condição estabelecida pelo próprio Deus para a obter esta graça”.
O sacerdote pede que Ela o ensine como deveria pedir, então, recebe a oração “Augusta Rainha dos Céus”. A 8 de Julho de 1908 o Papa São Pio X concedeu indulgência a quem rezá-la.
Nossa Senhora é a Augusta Rainha dos Anjos. Conforme o Evangelho, Ela é “Ave, cheia de Graça” (Lc 1,28). O Anjo Gabriel ao anunciar essa expressão, segundo o Papa Bento XVI, significa: “Desde o início cheia do amor de Deus, da sua graça” (Angelus, 08 dez. 2010).
Virtude incomparável
A virtude da doçura angélica que Maria tem em Si é incomparável, além disso, se expressa a vitória de Cristo sobre o pecado e as potências infernais. O anjo decaído, o diabo, expulso dos céus por desobediência e por não querer servir a Jesus, o Deus feito homem, em Maria, sendo a Imaculada, concebida sem pecado original, pelo seu ‘sim’, livre, obediente e submisso a Deus, nos traz Jesus Cristo, o Salvador de toda a humanidade. Por meio desse ‘sim’, satanás é derrotado pela entrega de Jesus na Sua Paixão e Morte na cruz.
Uma pessoa cheia do amor de Deus traz em si virtudes capazes de fazê-la responder de modo adequado diante de qualquer adversidade da vida, das provações, das contrariedades…
A virtude da doçura angélica em Maria se manifestou em Seu modo de agir cotidiano, na delicadeza, brandura, meiguice, na sensibilidade interior e exterior em todos os sentidos, na escuta, no falar, no olhar, no pensar, no sentir, embora não tenha sido poupada das provações e sofrimentos, viveu a Sua humanidade na conformidade com a vontade de Deus, de forma livre, consciente, disponível e pronta.
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Salvação da humanidade
A doçura angélica, ou docilidade de Maria, é a resposta para a salvação da humanidade que foi maculada pela rebeldia e a desobediência dos anjos decaídos. Ela docilmente submete-Se e obedece a Deus, de tal modo que muda o rumo da história de todos os viventes, pois a graça e a misericórdia de Deus em Maria são maiores de que todo o pecado e mais poderosas de que qualquer força do mal.
Viver a virtude da doçura angélica como Maria é, antes de tudo, ter a paz interior que vem de Deus, além disso, implica também em fazer as boas escolhas como Ela fez, é ser corajoso sem violência; ter fortaleza, mas sem dureza; amar sem ira ou cólera. Embora nossa humanidade seja fraca e pecadora mesmo em meio às angústias e dores, é possível haver doçura pela graça do Espírito Santo que foi derramado em nosso coração (Rm 5,5).
Maria, nossa Mãe, é sinal de esperança para alcançarmos todas as virtudes que nos são necessárias para a nossa santificação.