Todas as vezes que me vejo tendo que, de alguma forma, descrever a influência de Maria na história da Humanidade meu coração arde com mais intensidade. Isso deve ser porque tenho por Ela um amor extravagante e inegociável.
Sim, Maria Santíssima é, para mim, o ideal de vida a ser imitado, creio que não estou sozinho nessa, pois pensar em Maria e falar de Maria é olhar para o ser humano que deu certo!
Nada em Maria Santíssima carrega a marca do erro, muito menos do pecado, n’Ela está impregnada a excelência da perfeição humana, inatingível a qualquer outro, mas que deve ser a referência de qualquer um que almeja pelo convívio dos eleitos.
Quando o Arcanjo Gabriel fez a visitação e, por consequência, o anúncio da encarnação do Verbo, que nós meditamos nos Mistérios Gozosos do Santo terço, ele, como mensageiro da Verdade celeste, entregou uma Palavra não só profética como também reveladora sobre a intimidade da Virgem Maria com Deus – “O Senhor está contigo”(c.f LC 1,28).
Maria nos aproxima e ensina sobre amor de Deus
É enganosa a ideia de que Maria passou a ter intimidade com Deus somente a partir da visita do Arcanjo, definitivamente, não. A proclamação angélica – “O Senhor está contigo” é na verdade uma constatação, um reconhecimento por parte do Céu do que Maria já vivia com o Criador, antes de Ela receber a visitação e a revelação da encarnação do Verbo.
Maria, como uma boa filha nutrida pelos santos costumes judaicos herdados de seus pais, São Joaquim e Santa Ana foi desenvolvendo intimidade com Deus desde pequenina. Para se ter uma ideia, uma criança judia de costumes religiosos era ensinada a ler a Torá, o livro sagrado dos judeus, até os 12 anos de idade, ainda hoje é assim. E foi essa referência tradicional e familiar adquirida por Maria que foi usada para educar Seu filho, Jesus, além disso, deu a Ele a autoridade de proclamar o texto do profeta Isaías, capítulo 61, numa sinagoga, narrado pelo evangelista São Lucas, no capítulo 4, quando Jesus tinha exatamente 12 anos.
Quando Maria Santíssima fez a viagem de sua cidade, Nazaré, rumo à Ain Karen, trajeto em torno de 150 km, onde estava Isabel, grávida há seis meses de João Batista, dois fatos revelam categoricamente a intimidade que Maria mantinha com Deus.
Os sinais de Deus na vida de Maria
O primeiro: a saudação da Virgem Mãe à Isabel em sua chegada foi o suficiente para que a criança no ventre da anfitriã estremecesse. Aos olhos da fé, só consigo enxergar que, por meio da Virgem Maria, foi promovido um Batismo no Espírito Santo tanto em João Batista quanto em sua mãe, Isabel.
O segundo: logo após esse inesquecível estremecer no ventre, Isabel, a visitada, exclamou com inconfundível convicção: “Bendita és Tu entre as mulheres e bendito é o fruto do Seu ventre! Como me acontece que a Mãe do meu Senhor venha me visitar?” (cf.LC 1,42-43).
É aqui, caro irmão leitor, que está escancarada na exclamação de Isabel o ápice da relação entre Deus e a Virgem Maria, ela é a Mãe do Salvador.
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Qual é a chave para a intimidade com Cristo?
Logo, a grande chave para nós que queremos alcançar a intimidade, o encontro com Deus é acessarmos a maternidade de Maria. Sim, a maternidade de Maria é o grande elo que liga a Virgem de Nazaré ao Pai, achegar-se a essa maternidade, que está disponível a mim e a você, é estabelecer intimidade com Deus.
Alguns atributos do profundo conhecimento nas relações humanas estão diretamente ligados à maternidade: uma mãe conhece os filhos pelo olhar, pelo andar; mãe conhece até o jeito que os filhos giram a chave da porta ou qual filho toca a companhia.
E o mais extraordinário é sabermos que: a maternidade de Nossa Senhora, dedicada ao Filho por 30 anos de forma exclusiva e que se tornou um pouco acessível nos três anos de vida pública do Mestre, foi compartilhada do alto do madeiro no Calvário para todos que, como o Apóstolo João, queiram levá-la para casa como sendo sua.
A maternidade de Maria é uma porta permanentemente aberta, entrar por ela é a forma mais acertada para firmar comunhão com Aquele que conhece quem Ele mesmo escolheu para entrar no mundo e chamá-la de Mãe.