Liturgia

Como é a Celebração do Domingo de Ramos?

A Celebração do Domingo de Ramos é a junção histórica de dois momentos litúrgicos. O primeiro momento seria a Procissão dos Ramos, que segue uma tradição desde o século IV na cidade de Jerusalém. No século V, também aconteceu no Egito e na Síria. Ela relembra a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, na ocasião em que o proclamaram Rei entrando sentado em um jumentinho. Quando o costume chegou em Roma, faziam uma lembrança da Paixão do Senhor. Esses dois modos fundiram-se no século IX da forma em que vivemos até os dias atuais. 

“Na liturgia revivem e se revelam os dois aspectos fundamentais da Páscoa: a entrada messiânica em Jerusalém, como anúncio e figura do triunfo da sua ressurreição, e a memória da sua paixão, que marcará a libertação da humanidade do pecado e da morte.” (Bergamini, Cristo festa da Igreja, p.395). Por conta desses dois momentos, essa é a única missa do ano litúrgico que abarca dois Evangelhos. O primeiro, antes da procissão narrando a entrada do Senhor; e o segundo, na Santa Missa, é a leitura da Paixão do Senhor. 

A Semana Santa tem início pelo Domingo de Ramos

A celebração inicia-se fora da Igreja no local que será chamado “lugar do encontro”. O padre pode iniciar o rito com a capa pluvial que será trocada ao subir o presbitério por uma casula de cor vermelha. Os músicos devem preparar os cânticos próprios orientados no missal, dentro outros convenientes aos momentos da celebração. Todos portam um ramo nas mãos, inclusive o padre, a cruz da procissão e outros lugares da Igreja convenientes. 

Primeiro, acontece a Bênção dos Ramos, em que o padre faz a oração e asperge a água benta sobre os ramos apresentados, em seguida, se proclama o Evangelho, podendo haver breve homilia. É interessante que a procissão, a seguir, seja um pouco longa. Os ritos iniciais são omitidos dentro da Igreja, somente o Oremos. No segundo Evangelho, não se diz o “Aleluia”, não há proclamação do Evangelho, e sim a leitura da Paixão composta por outros leitores juntamente com o padre. O celebrante sempre faz o papel de Jesus. Neste momento, não se usa velas nem incenso. Durante a leitura, no momento em que se diz a “Morte do Senhor”, todos fazem silêncio e se ajoelham até que seja retomada a leitura. O sacerdote ou diácono encerra a leitura como de costume, porém, não beija o livro. Assim, a missa segue como de costume.

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Coloquemos em prática esses ensinamentos

Esses ritos mais solenes nos quais são compostos a Semana Santa, iniciado pelo Domingo de Ramos, devem ser ensaiados e preparados com antecedência, em vista da sua complexidade de detalhes. Se o celebrante e a equipe litúrgica estiverem alinhados, os sentimentos propostos para o momento serão transmitidos com mais fidelidade. Jesus inicia a sua jornada rumo ao calvário começando com o “hosana” do povo, enquanto nós o acompanhamos durante o rito em oração e piedade.

Que Deus, nosso Pai, nos inspire a pôr em prática esses ensinamentos. 


Rafael Vitto

Rafael Vitto, seminarista CN. Graduado em Filosofia e estudante de Teologia. Atuante na paróquia São Sebastião em Cachoeira Paulista.