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Natal do Senhor: o que a liturgia de hoje nos apresenta?

Finalmente, encontramo-nos no dia 25 de dezembro, dia de Festa e de celebrações! Nas últimas quatro semanas, a liturgia nos ajudou a trilhar um caminho de preparação para contemplarmos com maior profundidade o evento mais importante da humanidade, o nascimento do Menino Jesus, a encarnação de um Deus Todo-poderoso que, por amor a cada um de nós, fez-se tão pequeno. A liturgia de hoje está repleta de graças para cada um dos fiéis. Os registros históricos dão conta de que, antes do século VI, já se celebravam as três missas de Natal conforme temos hoje, a saber: a missa da noite (mais conhecida como Missa do Galo), a da aurora (celebrada antes do sol nascer) e a própria do dia de Natal.

Algumas tradições atribuem a essas três missas (número 3) um simbolismo muito interessante. Assim, elas simbolizam o nascimento de Jesus Cristo do Pai, o seu nascimento temporal por meio de sua Mãe, e o nascimento místico nas almas de cada cristão. Portanto, as três missas ou as três liturgias, embora interligadas entre si pelo espírito do Natal, possuem o seu sentido próprio.

As missas celebradas no Natal

A primeira missa, a Missa da noite é também conhecida como Missa do Galo. Existem variadas e ricas lendas e tradições que explicam o fato de ela possuir esse nome. Talvez, a mais conhecida afirma que, em certa oportunidade, exatamente à meia-noite do dia 24 de dezembro, um galo teria cantado de maneira especial. Seu canto teria sido ouvido mesmo por aqueles que se encontravam distantes dele. Jamais nenhum outro animal de sua espécie teria entoado o canto daquela maneira tão singular. Seu canto anunciava a vinda do Messias, filho de Deus vivo, Jesus Cristo.

Originalmente, essa missa era celebrada após a meia-noite do dia 24 para o dia 25 de dezembro. Contudo, por questões pastorais, é permitido que a Missa do Galo seja celebrada antes da meia-noite, ainda na noite do dia 24 de dezembro. Segundo os estudiosos em liturgia, ela foi introduzida na liturgia natalina provavelmente para aproximar em importância a festa de Natal à solenidade da Páscoa.

A segunda missa do Natal, a chamada de “Missa da Aurora” deve ser celebrada antes mesmo do nascer do sol. Sua liturgia possui grande ressonância com o “sim” dado pela Virgem Maria. Assim, a Mãe de Deus não deixa de ser lembrada no decorrer dessa liturgia. Sua memória se faz presente por meio das leituras e de algumas orações. A antífona da comunhão, por exemplo, traz o seguinte registro: “Exulta, Filha de Sião, canta louvores, filha de Jerusalém! Eis que teu Rei vem a ti: o santo, o Salvador do mundo”.

A terceira missa do Natal é celebrada depois que os primeiros raios de sol tocam a face da Terra. Vê-se, então, uma liturgia solene e muito alegre, afinal, “um menino nasceu para nós” e “o mundo inteiro viu o Salvador que nos foi enviado por Deus” (antífonas na Missa do dia).

Reflexão para este dia

Aquele Menino tão frágil estabeleceu uma comunhão indissolúvel entre a divindade e a humanidade. Nenhum outro ser humano, antes ou depois dele, fora capaz de tão magnífico feito. Jesus, portanto, fez o céu e a Terra se ligarem de maneira espetacular. Ele uniu o homem a Deus, a história à eternidade. Uma ligação perene e indestrutível.

São Tomás de Aquino nos aponta quatro qualidades dos pequenos, a saber: a pureza, a humildade, a amabilidade e a mansidão. Todas essas qualidades o Menino Jesus trazia de modo excelentíssimo, a ponto de jamais as terem perdido depois de crescido.

A suma pureza do Menino Jesus se manifesta em sua concepção miraculosa e no parto virginal. Ele foi gerado no ventre imaculado de uma virgem que jamais conhecera o pecado. Sua humildade se manifesta na simplicidade e pobreza do estábulo em que nasceu. A suprema amabilidade daquele menino é resultado da união da divindade com a humanidade. A esse respeito, afirma São Bernardo: “É um espetáculo cheio de suavidade contemplar o homem criador do homem”. Por fim, era soberanamente manso a ponto de ser, como toda criança recém-nascida, acalentada suavemente.

Não se deve esquecer jamais que aquele menino Deus não gozou de nenhuma benesse ou privilégio. Nenhuma regalia lhe fora dada pelo fato de ser o Filho de Deus. Ele experimentou a dolorosa rejeição, justamente daqueles para os quais fora enviado. Viveu a pobreza, a perseguição, a humilhação, a hostilidade e o abandono. Tudo suportou para comunicar a salvação. Dessa forma, resgatou para cada ser humano a dignidade original perdida por causa do pecado. Tudo o que Ele vivera valeu a pena.

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Dia de festa e alegria

Hoje, podemos contemplar o nascimento desse Menino Deus, portanto, é dia de festa e de alegria. “Alegremo-nos todos”, motiva a antífona de entrara da Missa do Galo, “hoje nasceu o Salvador do mundo, desceu do céu a verdadeira paz!”. A esta notícia o nosso coração deve estremecer de alegria e o espírito se encher de júbilo.

É o dia propício para entoarmos, a plenos pulmões, aquele antigo cântico natalino: “Cristãos, vinde todos, com alegres cantos. Vinde até Belém. Vede nascido, vosso rei eterno. Oh! Vinde adoremos, o salvador!”. Mesmo em meio à dor e às vicissitudes da vida, não pode haver lugar para a tristeza em nossos corações. Ninguém deve sentir-se incapaz de participar dessa felicidade. Alegre-se até mesmo o gentio que é chamado à vida.

O Natal do Senhor não se conclui hoje, porque o amor está entre nós. A presença do Menino é o amor no meio dos homens, e todos os que procuram o amor já sabem onde O encontrar. O amor, aliás, deixa-se encontrar. Concluo este artigo com a oração da coleta da noite de Natal: “Dai-nos participar da divindade d’Aquele que uniu a vós a nossa humanidade”.

Para concluir, quero lhe fazer um pedido: não deixe de indicar este conteúdo a pelo menos três pessoas. Dessa forma, você estará nos ajudando a evangelizar. Deixe também o seu comentário aqui embaixo.

FELIZ NATAL!!!

Deus abençoe você e até a próxima!