Dia de São José

Por que Jesus precisou ter um pai?

Por que o Filho do Altíssimo precisou ter um pai?

Fico pensando: por qual motivo Jesus Cristo, o Filho do Deus Altíssimo, o Homem perfeito, sem mancha de pecado, veio a este mundo por meio de uma família? Por que ter um pai e uma mãe?

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Sabemos que Deus tudo pode, portanto, não precisaria de uma família para ser introduzido no mundo, poderia ser de outra forma. Mas, se assim o fez, foi porque quis manifestar algum propósito para nós. Existe aí algum significado maior do que a primeira concepção de família que nós humanos tínhamos. Jesus não veio mudar as coisas, mas dar pleno cumprimento delas, segundo Ele mesmo (cf. Mt 5,17).

É razoável pensar que o motivo principal de Jesus, ao escolher Maria e José como seus pais, era santificar a instituição da família, demonstrando-a como imagem da comunhão da Santíssima Trindade (cf. Catecismo I. C. 2205). E família entende-se aqui por: pai, mãe e filho. Veja, Maria poderia ter também ficado grávida pelo Espírito Santo, morando no templo, dedicando-se unicamente a Deus. Poderia ainda ter gerado Jesus ainda na casa de Seus pais e Deus ter Lhe providenciado a companhia de outras mulheres, amigas, parentes, para conviver e ajudá-la a criar o Menino.

Valorizar o papel e a função do pai e da mãe

Nada disso aconteceu, porque o primeiro sinal que Cristo nos dá, ao nascer numa família, é que ela é sagrada. A família é o ambiente propício ao amor entre homem e mulher, a geração de filhos, e a valorização do papel e da função individual do pai e da mãe.

Nesse contexto, o fato de São José não ter participado da geração do Menino Deus me faz indagar ainda mais: por que Cristo teve um pai terreno, já que Ele tinha um Pai no Céu?

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Missão especialíssima de São José

Deus não precisaria de São José, mas escolheu precisar dele. Num primeiro momento, imaginamos que, quando o Senhor quer algo de nós, Ele se apresenta com Sua grandeza e nos pede o que quer que façamos; mas, às vezes, coloca-se como o necessitado à nossa frente. Quando nos movemos para beneficiar quem necessita de nós, Deus imprime seu ensinamento, um dom ou mesmo muda nosso coração. Assim foi a instituição da família, Maria e o pequeno Jesus na vida de São José, pessoas maiores que ele, mas que necessitavam dele.

A missão de José é imprescindível para:

– Valorizar a família e elevá-la ao sagrado: José vem ser a imagem visível do Pai do Céu que, obstante os cuidados essenciais da Mãe, era quem “orbitava” a Mãe e o Filho, cercando-os de ordem, segurança e sustento. Assim, o Pai do Céu também age para conosco e este também é o papel paterno na família. Toda criança precisa ter uma boa referência feminina e masculina (ainda que não seja o pai biológico).

– Salvar Maria e o menino: Em qualquer outra condição fora da família, a gravidez de Maria seria mal interpretada, e ela correria o risco de ser apedrejada. Ao assumi-la, José salva Nossa Senhora e Jesus ainda no ventre.

– Ensinar Jesus: Como assim? Jesus é Deus, sabedoria encarnada, não precisava de professores. Porém, ao assumir a condição humana, quis ser introduzido nas dinâmicas da vida por meio das características humanas de seus pais. Toda criança é reflexo de seus pais, e com Jesus não foi diferente. Não que Ele não possuísse todas as virtudes humanas, pois todo bem e amor já estavam n’Ele, mas o convívio e o testemunho de vida de Maria e José contribuíram para propiciar situações que faziam vir à tona tudo o que Ele era.

Assim como a semente tem todo potencial da planta e pode se desenvolver sozinha se cair na natureza até tornar-se árvore, pode também estar aos cuidados do agricultor que cuida dessa semente, depois da muda, do pequeno arbusto e finalmente da árvore frondosa. Maria e José foram os escolhidos para serem os jardineiros na humanidade do Mestre de Nazaré. E de José podemos citar três características por excelência: justo, casto e trabalhador.

Justo1: A Bíblia o cita como justo. Não pelo nosso senso de justiça humana, mas de misericórdia. Uma bondade capaz de dar tudo de si em favor do outro. Jesus é misericordioso.

Casto2: É a temperança que formata todas as outras virtudes em nós. Jesus é casto.

Trabalhador3: Tem o dinamismo próprio de quem não se detém só na intenção, mas serve o outro ao sair de sua zona de conforto. Jesus era incansável (cf. Jo 5,17).

Portanto, se José foi um exemplo seguido até mesmo por Nosso Senhor, como não poderia ser para nós?

Neste dia de São José, peçamos ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo que infunda em nós as virtudes e o coração do pai adotivo de Jesus.

São José, rogai por nós!

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Referências:

1 – (cf. Mt 1, 19)
2 – (cf. Lc 1, 34)
3 – (cf. Mt 13, 35)