A Igreja Particular
Caro internauta, no artigo anterior, tratamos da Igreja Universal e vimos a importância do termo grego “koinonía”, que quer dizer “comunhão”. Vimos, também, que a Igreja Universal é aquela fundada por Cristo e tem como Sumo Pontífice o sucessor de Pedro. Além disso, descobrimos que a Igreja universal não deve ser concebida como a soma das Igrejas particulares. Nesse artigo, teremos a oportunidade de saber o que os documentos da Igreja, especialmente o Catecismo da Igreja Católica e o Documento de Aparecida, escrito por ocasião da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe nos apresenta acerca da Igreja Particular.
De imediato, quero apresentar uma síntese do parágrafo 833 do Catecismo da Igreja Católica, a qual diz que a Igreja particular é entendida como uma comunidade de fiéis cristãos em comunhão com o seu bispo ordenado na sucessão apostólica. Essa comunhão se dá por meio da vivência da fé e da participação na instituição dos sacramentos. As Igrejas particulares são formadas à imagem da Igreja universal. É, em primeiro lugar, a diocese.
Convém enfatizar que as Igrejas particulares são plenamente católicas, haja vista a comunhão com Igreja de Roma. Em outras palavras, a Igreja particular é totalmente Igreja, contudo, não é toda a Igreja. O parágrafo 886 do Catecismo afirma que “cada bispo, individualmente, é o princípio e o fundamento da unidade na sua respectiva Igreja particular” e, sobre ela, “exerce a sua autoridade pastoral sobre a porção do povo de Deus que lhe foi confiada”. Esse bispo, por sua vez, é assistido pelos presbíteros e diáconos.
A importância da Igreja particular na vivência das vocações
O Documento de Aparecida lança mais luzes a esse respeito. A partir do número 164 do referido documento, pode-se perceber a importância da vida em comunidade para o amadurecimento da vocação cristã. A vocação cristã, aliás, sempre supõe a pertença a uma comunidade. “Deus não quis nos salvar isoladamente, mas formando um povo”.
A Diocese, presidida pelo bispo, é o primeiro espaço da comunhão da missão. É o bispo que estimula e conduz a ação pastoral desse território. As paróquias são “células vivas da Igreja”, quer dizer, é o lugar privilegiado para que o fiel tenha uma experiência concreta com Cristo. A atitude do fiel para com o seu bispo deve estar baseada no respeito e na obediência.
O mesmo Documento, no número 170, traz uma linda expressão acera das paróquias. Elas são chamadas a ser “casas e escolas de comunhão”. Além disso, elas são o espaço de iniciação cristã, de formação, educação e celebração da fé, e devem estar abertas aos diversos carismas, serviços e ministérios. É justamente em função dessa variedade de apostolado que os Documentos eclesiásticos consideram as Igrejas particulares como “células” da Igreja. Uma célula, por menor que seja, possui todo o código de DNA daquele corpo, embora não seja todo o corpo.
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Cada fiel é responsável pelo bom andamento da sua Igreja particular
Todos os membros da comunidade paroquial, ou seja, todos nós, somos responsáveis pela evangelização dos nossos irmãos. Ao evangelizarmos, somos evangelizados. O mesmo Espírito que atua em Cristo atua também em cada membro da comunidade cristã. Isso quer dizer que não estamos largados no mundo, de forma nenhuma! Somos amparados e instruídos pelo Espírito Santo.
Nós leigos, portanto, devemos nos considerar convocados pelo próprio Cristo e impulsionado pelo Espírito de Deus a irmos em frente, a anunciarmos Jesus e o dom da nova vida que Ele nos concedeu. Anunciemos a Salvação como o maior Dom recebido de Jesus e apresentemos a todas as nações o que Ele fez e ensinou à sua Igreja.
Seguindo o exemplo das primeiras comunidades cristãs narrado nos Atos dos Apóstolos, a comunidade particular deve se reunir para partir o pão da Palavra e da Eucaristia. A Eucaristia, aliás, é fonte e cume da vida cristã. Em outras palavras, as nossas comunidades paroquiais devem ser “comunidades eucarísticas”.
Na Eucaristia, a nossa vida cristã é renovada e fortalecida. A Eucaristia é o sinal da unidade com todos os membros da Igreja. Essa comunhão deve fomentar em cada um de nós a caridade. Caridade que se manifesta em atitudes práticas e na intercessão por todos os nossos irmãos que sofrem a perseguição religiosa, a fome, a miséria, a doença.
Deus abençoe você e até a próxima!