Exortação Amoris Laetitia: a alegria do amor na família
Amoris Laetitia (A alegria do amor) é o título da Exortação Apostólica Pós-sinodal do Papa Francisco. O documento, que tem nove capítulos, reúne os resultados dos dois Sínodos sobre a Família realizados em 2014 e 2015.
Neste artigo, destacamos três alertas que nos são apresentados, na Amoris Laetitia, sobre os perigos nas famílias.
Individualismo
O individualismo exagerado desvirtua os laços familiares e acaba por considerar cada membro da família como uma ilha, fazendo prevalecer, em certos casos, a ideia de um sujeito que se constrói segundo os seus próprios desejos assumidos com caráter absoluto.
As tensões causadas por uma cultura individualista exagerada da posse e fruição geram, no seio das famílias, dinâmicas de impaciência e agressividade.
Independência
A liberdade de escolher permite projetar a própria vida e cultivar o melhor de si mesmo, mas, se não se tiver objetivos nobres e disciplina pessoal, degenera numa incapacidade de se dar generosamente.
Se estes riscos se transpõem para o modo de compreender a família, esta pode transformar-se num lugar de passagem, onde uma pessoa vai quando parecer conveniente para si mesma ou para reclamar direitos, enquanto os vínculos são deixados à precariedade volúvel dos desejos e das circunstâncias.
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Amor provisório
Refiro-me à rapidez com que as pessoas passam duma relação afetiva para outra. Creem que o amor, como acontece nas redes sociais, possa-se conectar ou desconectar ao gosto do consumidor, inclusive bloquear rapidamente.
Penso também no medo que desperta a perspectiva de um compromisso permanente, na obsessão pelo tempo livre, nas relações que medem custos e benefícios e mantêm-se apenas se forem um meio para remediar a solidão, ter proteção ou receber algum serviço.
Faz impressão ver que as rupturas ocorrem, frequentemente, entre adultos já de meia-idade, que buscam uma espécie de «autonomia», e rejeitam o ideal de envelhecer juntos cuidando-se e apoiando-se.
Correndo o risco de simplificar, poderemos dizer que vivemos numa cultura que impele os jovens a não formarem uma família, porque nos privam de possibilidades para o futuro.
Papa Francisco