A criação do universo na visão dos cientistas e da Igreja Católica
“Pela fé conhecemos que os mundos foram dispostos pela Palavra de Deus, de modo que, do invisível teve origem o visível” (Hb 11,3).
O físico mais famoso da Inglaterra, Stephen Hawking, defende que Deus “não tem lugar nas teorias do universo” e que este é fruto de um “feliz acaso” e de uma “criação espontânea”. Ele disse, no seu último livro: “The Grand Design”, que “é provável (não certo) que o universo tenha nascido do nada”. Mas algo não pode surgir do nada.
Quem é Hawking?
Stephen Hawking, um dos maiores físicos teóricos de nossos tempos. Perdeu grande parte das suas funções motoras, mas possui talento intelectual lúcido. A sua trajetória biográfica e científica foi mostrada no filme “Breve História do Tempo”. É lamentável que ele contradiga a si mesmo, pois em 1988, quando escreveu o seu “best seller”: “Uma Breve História do Tempo”, parecia aceitar o papel de Deus na criação do universo. Nessa obra, ele declara:
“Se descobrirmos uma teoria completa a respeito da origem do universo, ela deverá ser compreensível a todas as pessoas e não apenas a um punhado de cientistas. Então todos nós, filósofos, cientistas e até gente da rua, seremos capazes de tomar parte na discussão sobre por que existe o universo e por que existimos nós. Se encontrarmos a resposta a estas perguntas, haverá o triunfo supremo da razão humana. Naquele momento conheceremos o pensamento de Deus”.
Ele afirmou que a existência de um criador “não era incompatível com a ciência”, mas agora se contradiz. A sua nova posição deixa dúvida sobre a real posição do físico. Mais de trinta cientistas de renome – na recente série de documentários chamada “A Origem do Homem” – contestaram a sua postura. Essa série de nove documentários, realizada por “Goya Produções”, investiga o desenvolvimento do universo desde o “Big Bang” até os primatas, hominídeos e o triunfo do “Homo Sapiens”. A série expõe “a inconsistência de posições ateias como as de Hawking e Dawkins em um extremo, e a dos fundamentalistas no outro”. Conclui que “não é científico negar o sobrenatural. A ciência natural não capta o que cai fora da esfera material” (www.zenit.org/article-25969?l=portuguese).
A visão dos pesquisadores sobre a criação do universo
Entre os pesquisadores que discordam de Hawking, destacam-se os prêmios Nobel Christian De Duve e Werner Arber. Alguns são crentes, judeus, católicos ou protestantes. O prêmio Nobel Christian de Duve afirma que a teoria de que o mundo é eterno, inventada por Fred Hoyl, mostrou-se falsa. Quem tinha razão era seu professor, o padre George Lemaitre. Foi ele quem descobriu a teoria do “Big Bang”, a explosão que deu origem ao universo. Para o professor italiano Evandro Agazzi, o acaso não explica a existência do mundo. Aqueles que acreditam em tudo a partir de alguma ciência positiva caem numa “atitude reducionista anticientífica”. Não existe o senhor “acaso”, livre, inteligente, e capaz de fazer um plano maravilhoso como o universo e criá-lo com tanta beleza e ordem.
Dr. Francis Colings, diretor do Projeto Genoma Humano, o maior em biotecnologia realizado até hoje, declara que: “a opção mais irracional é a do ateísmo” (Veja, n. 1992, de 24/01/2007).
O professor de Boston, Thomas Glick, acredita que os fundamentalistas do materialismo fabricam uma espécie de religião ou metafísica, “mas ninguém confunde isso com ciência”.
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O prêmio Nobel suíço Werner Arber, diz que: “Eu posso ler em Gênesis, no começo do Antigo Testamento, que o mundo foi criado em vários períodos, e para mim, esses vários períodos são precisamente evolução”.
Você sabia que o universo não é eterno?
Tudo o que existe “fora do nada” teve um início, teve um criador; é a realização de um projeto. Assim, o universo; ele não é eterno; teve princípio e terá fim; não pode ter surgido de si mesmo ou por acaso. O mundo não é eterno; teve um começo no tempo. A física da radiatividade mostra, pelo processo de desintegração dos elementos radiativos, que se pode calcular a idade do universo. O ato criador de Deus foi há cerca de 14,3 bilhões de anos.
A doutrina falsa da eternidade do mundo foi condenada pela Igreja. Em discurso de 22/11/1951, Pio XII confirmou isso falando sobre a existência de Deus à luz das modernas ciências naturais. Diz o nosso Catecismo da Igreja Católica (CIC) que:
“Nenhuma criatura tem o poder infinito que é necessário para ‘criar’ no sentido próprio da palavra, isto é, produzir e dar o ser àquilo que não o tinha de modo algum” (chamar à existência ‘ex nihilo’ ‘do nada’) (CIC §318).
São Teófilo de Antioquia (181) já perguntava no século II:
“Que haveria de extraordinário se Deus tivesse tirado o mundo de uma matéria preexistente? Um artífice humano, quando se lhe dá um material, faz dele tudo o que quiser. Ao passo que o poder de Deus se mostra precisamente quando parte do nada para fazer tudo o que quer” (Ad Autolicum, 4; CIC § 296).