“Deixa a vida me levar”
A vida sem música não dá! Então, deixa a vida me levar, vida leva eu!

Créditos: cancaonova.com
De autoria de Serginho Meriti e Eri do Cais, essa música popular brasileira fez muito sucesso quando foi lançada, em 2002, tornando-se de tal modo um marco na carreira do cantor Zeca Pagodinho, que ele acabou tomando a música como seu próprio propósito de vida, uma filosofia que foi e ainda é abraçada por toda uma geração, praticamente um hino dos brasileiros, especialmente por conta do refrão, que dá origem ao nome da música:
Deixa a vida me levar, vida leva eu!
Se você já teve a curiosidade de prestar atenção nas estrofes da letra, vai observar que ela traz um recado de alguém que é grato a Deus e feliz com aquilo que tem, na simplicidade, podendo até ser considerada uma oração sincera, digna de louvor.
Veja só:
Eu já passei por quase tudo nessa vida
Em matéria de guarida, espero ainda a minha vez
Confesso que sou de origem pobre
Mas meu coração é nobre, foi assim que Deus me fez
Deixa a vida me levar (vida, leva eu)
Sou feliz e agradeço por tudo que Deus me deu.
Só posso levantar as mãos pro céu
Agradecer e ser fiel ao destino que Deus me deu
Se não tenho tudo que preciso
Com o que tenho, vivo
De mansinho lá vou eu
Se a coisa não sai do jeito que eu quero
Também não me desespero
O negócio é deixar rolar
E aos trancos e barrancos, lá vou eu
E sou feliz e agradeço por tudo que Deus me deu
Deixa a vida me levar (vida, leva eu)
Sou feliz e agradeço por tudo que Deus me deu
A influência da música
Mas o que pegou mesmo e fez todo o sucesso, intencionalmente ou não por parte dos autores e do cantor, não foram as estrofes simples e até dignas, mas sim o refrão, um sedutor convite ao menos avisado, também conhecido como inocente, a levar uma vida descompromissada, longe das obrigações, sem muita disciplina, sem vínculos e, infelizmente, sem limites. Uma postura bem distante dos princípios cristãos, que são bem exigentes e demandam muito esforço, compromisso, disciplina e tudo mais para serem vividos. Essas pessoas sem Deus tendem a colocar sua confiança nos outros e em suas ideias, e, quando decepcionadas, tendem a desanimar e ficam sujeitas a esse tipo de mensagem sedutora.
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Esse fato, isto é, a influência massificante de uma simples música na maneira de viver de tanta gente, precisa ser muito bem estudado por cada um de nós, mas de modo todo especial por quem já esteja ou tenha intenção de atuar como ministro de música dentro da nossa amada Igreja. É preciso refletir e perceber que, muitas vezes, o que fica depois de cada canção é a mensagem. E a mensagem que vai ficar no coração das pessoas pode estar no refrão ou nas estrofes das músicas que você apresentou, mas pode também estar na forma como você ministrou, de que modo você rezou com a música. Tudo é absorvido intensamente e profundamente pela sua audiência, como uma esponja absorve a água. Nada passa desapercebido, e como no exemplo trazido, pode comunicar uma filosofia, um convite sedutor que nunca esteve nos seus objetivos.
Portanto, é preciso atenção, vigilância, um forte senso de responsabilidade e compromisso com a mensagem. Seu talento é precioso demais para Deus e precisa ser usado com muito critério, para não se desviar daquilo que Deus quer para você e sua música. Seja exigente consigo mesmo, não somente com a qualidade harmônica ou outros atributos da sua música. Você é o que você canta e como você canta.
Não, não deixe a vida te levar, não deixe a fama te levar. Não deixe!
Vinícius Adamo
Missionário Aliança da Comunidade Canção Nova