Entenda

Corpus Christi: solenidade da Eucarística

Conheça o significado e a história da festa de Corpus Christi e a tradição dos tapetes no Brasil

A festa Corpus Christi é marcada, principalmente, por um decreto do Papa Urbano IV, publicado em 11 de agosto de 1264. O que antecedeu esse decreto foram dois acontecimentos muito importantes.

Primeiro, a visão de uma santa chamada Juliana, que o Papa Urbano IV acompanhou pessoalmente. Santa Juliana era uma religiosa agostiniana da Bélgica, que teve uma visão quando fazia adoração à Eucaristia. Nessa visão, o Senhor falava com ela, pedia para ela uma festa litúrgica da Eucaristia. Então, nessa festa, o objetivo era que os fiéis pudessem adorar a Eucaristia, aumentar a fé, prosperar na prática das virtudes e reparar as ofensas ao Santíssimo Sacramento.

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Milagre Eucarístico

Um outro acontecimento foi um milagre eucarístico em 1263, um ano antes do decreto do Papa Urbano IV. Um padre alemão estava em peregrinação pela Itália quando, ao celebrar a Missa, teve dificuldade de acreditar na transformação das partículas na hóstia consagrada, ou seja, o corpo e sangue de Cristo. Então, enquanto ele celebrava a Missa, pronunciando as palavras da consagração, começou a perceber que escorria sangue da hóstia consagrada, e esse sangue ia gotejando no corporal.

O padre encontrou-se, então, com o Papa e lhe contou tudo aquilo. O Santo Padre enviou uma comissão que pudesse estudar o fato lá Bolsena. Depois, trouxeram a hóstia consagrada no corporal para o Papa Urbano IV numa procissão de Bolsena para Orvieto, onde ocorreu a primeira procissão de Corpus Christi, e o Papa, realmente, afirmou, depois de toda a investigação a respeito daquele sangue, que era o corpo de Cristo ali.

Adoração à Eucaristia

A importância dessa festa foi justamente o que nosso Senhor pediu a Santa Juliana, que os fiéis pudessem adorar a Eucaristia para aumentar a fé, prosperar, na prática, das virtudes e reparar as ofensas ao coração de Jesus, ao Santíssimo Sacramento.
Muitas vezes, nós podemos perceber que isso se multiplica até nos tempos de hoje: muitas situações de irreverência, profanação ao corpo de Cristo e também muitas situações onde vai se perdendo a fé no corpo de Cristo. Então, essa festa vem nos reparar, aumentar as virtudes e também buscar, rever, na nossa vida, nosso comportamento em relação à Eucaristia e nossa adoração a ela.

Que leva os católicos a participar da construção do tapete, especificamente no Brasil, é uma tradição própria do país. É justamente essa forma de expressar a fé na Eucaristia, proclamar a nossa fé e a fé pública. Expressar a nossa fé pública, reparar as ofensas ao coração de Jesus e viver com mais devoção a nossa fé na Eucaristia.

Quinta-feira de adoração

Essa festa acontece na quinta-feira, porque lembra o dia da instituição da Eucaristia, quando lembramos aquela Quinta-feira Santa, onde Jesus instituiu a Eucaristia, a Ceia do Senhor, onde Ele disse para os discípulos: “Tomai e comei, isto é meu sangue, isto é meu corpo que entregue por vós. Tomai e bebei, isto é meu sangue que é entregue por vós”. E ali instituiu a Eucaristia e também o sacerdócio, porque estava ordenando aqueles discípulos, primeiros sacerdotes, que iam fazer isso. Ele diz: “Fazer isso, naquele momento, em memória d’Ele”, ou seja, iam realizar o ato de viver esse momento de consagração do pão e do vinho, tornando-se o corpo e o sangue de Cristo.

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No final da celebração eucarística, nós não terminamos como de costume com a bênção final. O padre expõe a hóstia no ostensório; e quando ele a expõe, começa a cantar um canto de adoração ao Santíssimo Sacramento. Dali, saímos em procissão pública com o Santíssimo – é a única vez que o Santíssimo sai em procissão pública pelas ruas da cidade ou do bairro mostrando, expressando a nossa fé. Depois de uma procissão pequena ou longa, depende da organização da própria paróquia, volta-se para a igreja onde se dá a bênção com o Santíssimo Sacramento e o rito termina

Transcrição e adaptação: Elcka Torres