Como entender a passagem do Evangelho de São Mateus, em que Jesus diz: “Em verdade vos digo: entre os filhos das mulheres não surgiu outro maior que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos céus é maior do que ele” (Mateus 11,11). Sabemos que as palavras de Jesus nem sempre devem ser interpretadas literalmente; é preciso que sejam entendidas dentro do contexto do plano da salvação.
Quando Jesus diz que São João Batista “é o maior dentre os nascidos de mulher” (Mt 11,11), Ele não quer dizer que São João Batista tenha mais dignidade do que Jesus ou mesmo Maria. Sobre essa passagem do Evangelho, a Faculdade de Teologia da Universidade de Navarra, Espanha, afirma que:
“A dignidade do Precursor está em apresentar Cristo, em dá-lo a conhecer aos homens. Deus tinha de conferir a alta missão de preparar os seus contemporâneos para escutar o Evangelho. A fidelidade do Batista é reconhecida e proclamada por Jesus. Este elogio é um prêmio para a humildade de João, que, consciente da sua missão, tinha dito: “É necessário que Ele cresça e eu diminua” (João 3,30).
João Batista, o maior nascido de mulher?
São João Batista é o maior (dentre os nascidos de mulher) no sentido de que recebeu um ministério único e incomparável dentro da ordem do Antigo Testamento. Pelo contrário, no Reino dos Céus (Novo Testamento), inaugurado por Cristo, o dom divino da graça faz com que o menor dos que a recebem com uma fiel correspondência, seja maior do que o maior na ordem precedente da promessa. Uma vez consumada a obra da Redenção, a graça divina atinge igualmente os justos da Antiga Aliança. Assim, a grandeza de João Batista, precursor e último dos profetas, fica sublimada com a dignidade de filho de Deus.”
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Devemos entender, então, que João Batista ser o “maior nascido de mulher” significa apenas que ele exerceu um “ministério único e incomparável dentro da ordem do Antigo Testamento”, superando todos os profetas anteriores, com Moisés, Jeremias, Isaías, Ezequiel, Elias, Daniel…