linguagem figurada

O objetivo das parábolas em transcender as realidades

As parábolas passam a não somente buscarem na realidade fontes para as imagens usadas, mas também, o conteúdo que se quer dirigir

As parábolas possuem a capacidade de, por meio de suas “imagens”, revelar algo da realidade da sociedade da Galileia do primeiro século e, é possível ver a presença desses indícios nas narrativas, sendo assim, cabe a nós buscarmos esse entendimento das parábolas.

Foto ilustrativa: taseffski by Getty Images

Objetivo

O objetivo das parábolas era o de transcender a realidade para modificá-la, ou seja, uma resposta à situação na qual vivia a sociedade da época. E, é dessa maneira, entendendo como os textos bíblicos foram primeiramente utilizados e interpretados, que conseguiremos ler hoje esses mesmos textos com mais segurança e sem o risco de uma leitura fora de contexto; e fazer essa mesma dinâmica de levar nossa realidade para mais perto do Cristo e assim modificá-la.

Alguns estudiosos de parábolas as definem como mashal, palavra hebraica que designava toda sorte de linguagem figurada: parábola, comparação, alegoria, fábula, provérbio, revelação apocalíptica, dito enigmático, pseudônimo, símbolo, figura de ficção, exemplo, motivo, argumentação, apologia, objeção, piada, entre outros.

Dirigir os ouvintes

Esses textos, muitas vezes, querem nos contar que algo no cotidiano é mau ou bom. Dessa forma, as parábolas passam a não somente buscarem na realidade fontes para as imagens usadas, mas também, o conteúdo que se quer dirigir aos ouvintes.

Assim, dependendo da proximidade ou distanciamento dos ouvintes, leitores da realidade apresentada na parábola, maior ou menor seria o entendimento dessas historias.

Por outro lado, a falta de ligação entre as imagens concretas apresentadas e a significação da parábola gera um livre entendimento, daí a alegorização livre, na qual as parábolas são vistas somente com base no sentido diretamente adquirido por quem a ouve ou lê.

Enfim, as palavras do primeiro plano usadas nas parábolas quanto mais ligados ao cotidiano das pessoas forem, e quanto mais rápida for a assimilação dessas palavras no segundo plano – por possuírem essa ligação – tanto maior será a proximidade de sentidos e, consequentemente, mais direta será a interpretação da parábola.

Artigo extraído do livro: “Dinheiro à luz da fé“, Denis Duarte.