A verdade sobre o fato de o demônio existir ou não
Diante de tantas realidades de trevas presentes na sociedade, muitos trazem na alma uma inquietante e intrigante pergunta: O demônio existe?. Buscando responder essa questão, buscamos fundamentação nas Sagradas Escrituras, na Doutrina e nos ensinamentos da Igreja Católica Apostólica Romana.
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com
No Novo Testamento, o diabo e seus demônios são mencionados cerca de 511 vezes, e o Catecismo da Igreja Católica nos diz o seguinte: “Por detrás da opção de desobediência dos nossos primeiros pais, há uma voz sedutora, oposta a Deus, a qual, por inveja, os faz cair na morte. A Escritura e a Tradição da Igreja veem neste ser um anjo decaído, chamado satanás ou diabo. Segundo o ensinamento da Igreja, ele foi primeiro um anjo bom, criado por Deus. ‘Diabolus enim et alii daemones a Deo quidem natura creati sunt boni, sed ipsi per se facti sunt mali – De fato, o Diabo e os outros demônios foram por Deus criados naturalmente bons; mas eles, por si, é que se fizeram maus’” (CIC, 391).
A queda do demônio
“A Escritura fala dum pecado desses anjos. A queda consiste na livre opção desses espíritos criados, que radical e irrevogavelmente recusaram Deus e o seu Reino. Encontramos um reflexo desta rebelião nas palavras do tentador aos nossos primeiros pais: ‘Sereis como Deus’ (Gn 3, 5). O Diabo é ‘pecador desde o princípio’ (1 Jo 3, 8), ‘pai da mentira’ (Jo 8, 44)” (CIC, 392).
Na sequência, esclarece-nos: “No entanto, o poder de satanás não é infinito. Ele é uma simples criatura, poderosa pelo fato de ser puro espírito, mas, de qualquer modo, criatura: impotente para impedir a edificação do Reino de Deus. Embora satanás exerça, no mundo, a sua ação, por ódio contra Deus e o Seu reinado em Jesus Cristo, e embora a sua ação cause graves prejuízos – de natureza espiritual e indiretamente, também, de natureza física – a cada homem e à sociedade, essa ação é permitida pela Divina Providência, que com força e suavidade, dirige a história do homem e do mundo. A permissão divina da atividade diabólica é um grande mistério. Mas nós sabemos que ‘tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus’ (Rm 8, 28)” (CIC, 395).
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O Concílio de Braga (Portugal) foi o primeiro a assumir, em 561, uma atitude sobre essa questão do diabo, em uma declaração contra os que acreditavam que o diabo não havia sido criado por Deus.
O IV Concílio de Latrão (1215) reafirmou essa doutrina, repetindo que “o diabo e os outros demônios foram criados bons por Deus e que se tornaram maus por culpa própria”.
O Concílio de Trento sobre o pecado original declarou que este pôs a humanidade sob a escravidão do demônio, que tinha poder sobre a morte. Portanto, fundamentados na Palavra de Deus, na Doutrina e nos ensinamentos da Igreja, afirmamos conscientemente que o demônio existe, mas que Deus é infinitamente mais forte e poderoso!