A vida é o maior dom de Deus para o ser humano. Por isso, ela deve ser amada e preservada desde os primeiros instantes de sua existência, isto é, desde a concepção. Sabendo disso, a Igreja é contra todo e qualquer método que possa ameaçar a vida humana. Em particular, os métodos contraceptivos artificiais, sejam eles químicos de barreira (camisinha), dispositivos intrauterino (DIU), hormonal (pílula ou injeção) etc.
A Igreja é contra tais métodos por um princípio básico: os contraceptivos, em particular os hormonais, podem ser abortivos. Eles, de modo geral, possuem dois efeitos: o primeiro consiste em impedir a ovulação; o segundo, evitar que haja nidação, como consequência a eliminação do embrião. Portanto, os métodos contraceptivos artificiais são, de algum modo, ameaça à vida humana, pois são pensados para que a vida não aconteça. Sendo a vida o dom mais precioso que o ser humano possui, os contraceptivos são moralmente inaceitáveis.
Lei natural
A base da moralidade católica é a lei natural. Percebe-se que os anticoncepcionais são contrários à lei natural, pois, em vez de estimular a vida, ele a impede ou mesmo destrói. Além do mais, os anticoncepcionais são estímulos para uma sexualidade totalmente promíscua. Como é sabido, o casal cristão faz o compromisso, diante de Deus e da Igreja, de receber os filhos que Este lhe der, por isso, nenhum casal pode se fechar à vida. Isso quer dizer que o casal não pode usar método algum como contraceptivo.
Por outro lado, a Igreja adverte sobre a paternidade e maternidade responsável. Isso significa que a moral católica permite ao casal reduzir a quantidade de filhos, se for necessário, desde que para tal fim sejam usados métodos naturais.
Ensina o Catecismo que, “por razões justas, os esposos podem querer espaçar os nascimentos de seus filhos […] Porém, vale ressaltar que tal desejo não seja proveniente do egoísmo, mas sim de acordo com a justa generosidade de uma paternidade responsável. Além disso, regularão seu comportamento segundo os critérios objetivos da moral”.(Catecismo, n.2368).
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Planejamento familiar
Os métodos naturais são aqueles que visam a regulação da fertilidade de forma completamente natural, isto é, sem intervenção nenhuma de medicamentos, intervenções cirúrgicas ou qualquer outra forma artificial para evitar a gravidez. Atualmente, o mais conhecido e confiável é o Método de Ovulação Billings. Recomendado devido à sua alta eficácia e confiabilidade, comprovada por inúmeras pesquisas, inclusive pela Organização Mundial da Saúde. Esse método consiste na abstinência sexual dentro do período fértil da mulher, desde que o casal esteja de comum acordo.
Como vimos anteriormente pelo Catecismo, os métodos naturais de regulação da fertilidade só podem ser usados com a intenção de espaçar a gravidez. Faço questão de destacar essa palavra “espaçar” a gravidez e não evitar ou impedi-la.
Quando um casal diz querer evitar a gravidez, no fundo, está dizendo que não quer os filhos. Por outro lado, quando um casal diz que quer espaçar a gravidez, ele afirma: eu quero os filhos que Deus me der, porém, não agora. Vou, antes, planejar como recebê-los. Isso faz toda diferença! Tudo que foge dessa realidade não está de acordo com o Magistério da Igreja Católica.
Não deve ser usado como contraceptivo
É possível que casais cristãos estejam usando o Método Billings ou outro métodos naturais de regulação da fertilidade de forma a contradizer a moral católica, ou seja, usando o método por motivo egoísta, por apego aos bens materiais, com intenção de gastar menos e, dessa forma, poder acumular mais; por não ter paciência em cuidar e educar uma criança. Outros ainda com a intenção de ter mais tempo para si, tempo para passear etc.
Algo que deve ficar evidente: o Método Billings ou qualquer outro, mesmo que seja natural, não pode ser usado como método contraceptivo, quando usados devem ser com a intenção de espaçar a gravidez e não para a impedir. Isso porque o casal cristão se compromete, diante de Deus e da Igreja, a receber os filhos, dom de Deus, fruto de seu matrimônio.
Para tal fim, uma vez que somente por meio de métodos naturais esse processo é lícito, existe, por parte do Magistério, um incentivo para que sejam promovidos “centros com os métodos naturais de regulação da fertilidade como válida ajuda à paternidade e maternidade responsável. (…) É precisamente esse respeito que torna legítimo, ao serviço da procriação responsável, o recurso aos métodos naturais de regulação da fertilidade; esses têm-se aperfeiçoado progressivamente sob o ponto de vista científico e oferecem possibilidades concretas para decisões de harmonia com os valores morais” (Evangelium Vitae, n. 88).