Evangelização

Evangelizar, um exercício de criatividade

Quem não se lembra daquela passagem do livro dos Gêneses em que Deus, depois de criar o mundo e todas as coisas que nele existem, pede ao homem que nomeasse tudo aquilo que Ele havia criado? E, a Palavra de Deus afirma que o homem, obedecendo ao seu criador, foi capaz de dar nomes a todos os animais da terra, às aves do céu e a todas as feras selvagens (cf. Gn 2, 20).

Claro que, ao dar esta ordem, Deus sabia que o homem teria criatividade o suficiente para cumprir esta tarefa. Caso contrário, Ele jamais teria dado esta incumbência ao homem. Isso demonstra que o ser humano não possui apenas esse dom maravilhoso da criatividade, mas tem a capacidade para bem usá-lo.

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Foto Ilustrativa: Sakorn Sukkasemsakorn by Getty Images

Para levar a evangelização as pessoas é preciso ter criatividade

Contudo, a criatividade é uma capacidade que precisa ser usada, explorada, desenvolvida. Se isso não for feito, pode acontecer algo semelhante com o que acontece com os músculos do nosso corpo quando não é estimulado; sem estímulo o músculo acaba passando por um processo de encurtamento e, por fim, atrofia.

A criatividade é, certamente, um talento valiosíssimo e pode ser usado em qualquer esfera da nossa vida, seja dentro das atividades profissionais, no seio familiar, na convivência com os amigos ou em qualquer outro ambiente que faz parte da vida de cada um. Se a criatividade pode ser usada em todos estes meios citados anteriormente, no exercício da evangelização não é que ela “possa”, mas “deve” ser usada.

Seja criativo

Evangelizar, nos dias de hoje, exige muita criatividade. Mas preste atenção! Não se trata, aqui, de uma criatividade desvairada, descabida ou até ridícula. A criatividade que deve ser usada como ferramenta de evangelização é aquela que é maturada na oração e no discernimento. Aquela que vem do Espírito Santo. É o Espírito Santo, aliás, o “Criativo” por excelência. Dele vem toda a criatividade necessária para a evangelização.

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Por outro lado, a criatividade não é um dom que se basta por si ou um talento que subsiste de modo isolado, pelo contrário, ela possui companheiras muito próximas que a faz produzir frutos abundantes. Duas dessas companheiras, por exemplo, são: a ousadia e a iniciativa. A criatividade do Espírito unida à ousadia torna-se potência de evangelização. Da mesma forma, o espírito de iniciativa, conjugado com a criatividade que brota de Deus possui uma força de evangelização estupenda.

Trabalhando sua criatividade

Assim, o ato de evangelizar é, também, um exercício de criatividade! Contudo, esta criatividade deve estar unida à oração, ao senso de iniciativa e à ousadia do Espírito. Quem poderia afirmar, por exemplo, que o jovem beato Carlo Acutis não fora criativo e ousado ao iniciar uma evangelização pela internet ainda no início dos anos 2000? Aliás, afirmar a existência de um “santo criativo” é quase que fazer uma afirmação pleonástica, afinal, que santo não teria sido criativo no Espírito?

Enfim, concluo este artigo com outra fala do Papa Francisco que serve para todos aqueles que desejam evangelizar: “encorajo-vos a dar espaço à criatividade, imaginando e construindo novos percursos [de evangelização]. A criatividade é fundamental”. Sejamos todos criativos no Espírito!