A jovem Igreja, Arquidiocese de Belo Horizonte, celebra um século de missão e fé. O ciclo de uma promissora história missionária foi iniciado pelo gesto canônico e zelo apostólico do Papa Bento XV. Também por meio da labuta pastoral e clarividência de Dom Silvério Gomes Pimenta, então arcebispo metropolitano de Mariana – a Igreja primeira de Minas Gerais. À nova capital mineira, pouco antes de seu jubileu de prata de inauguração, deu-se o louro de ser sede de um grande projeto de evangelização, desdobrado, fecundado e frutificado no desenrolar desse primeiro século de sua história. Era o dia 11 de fevereiro de 1921 quando a então Diocese de Belo Horizonte foi criada e, agora, chegou o momento de celebrar a caminhada centenária: do coração de Minas Gerais, de sua capital, 100 anos da concepção de uma etapa nova para um tempo novo. Uma trajetória que prossegue edificada sobre os alicerces de lições preciosas – em heranças e testemunhos -, a partir de alegrias jubilares e jubilosas. Um século de missão e de fé, repleto do compromisso com a vida, de se proclamar a Palavra de Deus, o Evangelho de Jesus, ao lado dos pobres, caminhando com eles, em diálogo aberto com todos.
A Arquidiocese de Belo Horizonte, pioneiramente presente no mundo da educação, da arte e da cultura, da defesa do meio ambiente, protagonista na comunicação, em interface com os segmentos construtores da sociedade da paz e da solidariedade. Uma história bem iniciada – tudo que começa bem, mesmo entre percalços e desafios, avança para o bem. Por isso mesmo, reverência aos alicerces lançados por gigantes na fé e no pastoreio. A pedra fundamental veio com Dom Antônio dos Santos Cabral, primeiro arcebispo, que contemplou horizontes belos e inspiradores. Esses horizontes foram fecundados pelo pastoreio sapiencial de Dom João Resende Costa, segundo arcebispo, que firmou as raízes da Arquidiocese de Belo Horizonte na mística de uma espiritualidade-fonte. Avanços extraordinários vieram com o corajoso pastoreio do Cardeal Dom Serafim Fernandes de Araújo – conquistas pastorais e na gestão para confirmar uma Igreja Povo de Deus, construindo a esperança, enriquecida pelo destemor dos caminhos entre grandes viradas civilizatórias e culturais, na convicção de que proclamar a palavra de Deus é o fermento da história e dos avanços que sempre devem ser buscados.
Ano jubilar da Arquidiocese de Belo Horizonte
O legado dessas décadas responsabiliza, contribui e inspira os servidores operários da contemporaneidade, encharcando-os de gratidão e de paixão pelo Reino de Deus – desdobradas em serviços para gerar solidariedades e, assim, edificar um mundo de mais justiça, fraternidade e paz. Essa paixão de servidores consagrados, dedicados à bela missão de se estar a serviço do Evangelho, defendendo a vida, em todas as suas etapas, deságua no oceano da beleza encantadora da fé que une o Povo de Deus. A fé, que está nas bases da cultura desse povo, constitui uma identidade missionária que exala a alegria de pertencer a uma crescente rede de comunidades, em paróquias e famílias – cada casa é lugar do amor de Deus.
Clara é a consciência de que o serviço prestado constitui gota d’água no mar de necessidades e de urgências para que, efetivamente, seja construída a cultura da paz, selado o coração humano com as marcas do Evangelho. A celebração do ano jubilar, com abertura neste 11 de fevereiro, é programação, acima de tudo, marcada por uma espiritualidade mística, desdobrada em ardor missionário, compaixão misericordiosa, diálogo permanente, anúncio corajoso e sapiencial para firmar os alicerces do ciclo novo que se abre, como broto de esperança, luz que permite enxergar horizontes. A programação envolve os segmentos da Arquidiocese de Belo Horizonte e a sociedade civil. Um tempo a ser vivido em profunda comunhão com o Papa Francisco, com homens e mulheres de toda a Igreja Católica, mundo afora, desafiados a promover uma grande reação missionária, para multiplicar gestos de solidariedade, presença do
Reino de Deus na humanidade.
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“Ide para fazer discípulos”
Edifica-se, no coração da Arquidiocese de Belo Horizonte, jovem Igreja de cem anos, impulsos e inspirações para conquistar, com galhardia, um novo centenário, cumprindo, amorosamente, a obediência inegociável ao mandato de seu Senhor e Mestre: “Ide para fazer discípulos”. As celebrações, os momentos de espiritualidade, os eventos culturais e pastorais, a coragem profética de gestos e projetos na efetivação do cuidado social, a partir do núcleo insubstituível da fé cristã católica, são alavancas para qualificar o patrimônio evangelizador, missionário e sociocultural. Todos esses acontecimentos ajudam a convencer o mundo da força do amor de Deus, fazendo com que muitos se abram a esse amor.
A jovem Igreja da Arquidiocese de Belo Horizonte, com ares e traços de amadurecida, consciente de sua tarefa e de suas possibilidades, convida cada pessoa para participar da festa jubilar. Essa participação ilumina a consciência de se pertencer a um “corpo”, ao qual se deve sempre amar, prezar e cuidar. Zelo assumido por todos, reconhecendo que a vida deve ser dedicada à construção dos alicerces que sustentem um novo século de missão, com a benção de Deus, a proteção de Nossa Senhora da Piedade, Padroeira de Minas Gerais, e o patrocínio de São José. Adiante, rumo ao novo tempo, na construção dos próximos 100 anos de serviços ao povo de Deus nos alicerces da fé.