Conclave

A maturidade da Igreja

A maturidade da Igreja, na eleição do Papa Francisco, causa em todos os católicos tranquilidade e segurança

Durante muitos séculos da História da Igreja, sobretudo por ocasião dos Conclaves para eleger o novo Pontífice, as interferências políticas dos governos foram brutais.

Reis, imperadores, ditadores e presidentes procuravam influenciar diretamente nas eleições do Papa: “Diga aos cardeais que o meu candidato é fulano”, ou “Informe os eleitores que não aceitarei como Papa beltrano” ou ainda “Todos saibam que a eleição de sicrano provocará rompimento com a Santa Sé”. Com o correr dos séculos, a Igreja aprendeu a livrar-se de tais interferências.

A maturidade da Igreja
Foto: Arquivo/cancaonova

Nos tempos modernos, surgiu um novo modelo de impor candidatos: é a pressão midiática, as pesquisas de opinião, as casas de apostas, as declarações de “vaticanistas”. A intenção de tais manipulações – completamente irreais – é fazer a cabeça dos cardeais e, assim, colocar no poder as pessoas de seus interesses, que sigam as linhas de atuação prescritas pelos autores.

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A liberdade de espírito do Colégio Cardinalício

A eleição do Papa Francisco veio demonstrar a liberdade de espírito do Colégio Cardinalício. Votaram conforme sua consciência. Isso causa em todos os católicos tranquilidade e segurança quanto à lisura da escolha.

O caso atual (sem pôr em dúvida os últimos dez Papas) comprova que a preocupação não é a política ou outros interesses menores; a preocupação é bíblica: “É preciso que um deles se junte a nós para testemunhar a ressurreição” (At 1,22).

Em outras palavras, o Papa deve ser alguém que “viu o Cristo” e d’Ele dê testemunho a partir de sua experiência de vida.

Doutrina da Igreja

Pelas apresentações até agora ocorridas, percebe-se que o Papa Francisco é um homem de profundo trato com o “Mestre e Senhor”, é um homem de fé e oração simples, até popular.

Os hermanos vão permitir que, numa espécie de fogo amigo, eu repita o bom humor da minha roda de amigos: “Enfim, um argentino humilde!” Ou ainda: “É a primeira vez que se vê brasileiros trabalhando em favor de um argentino”.

A escolha foi feliz, porque ele [Papa Francisco] é uma testemunha autêntica de Jesus. Embora a idade não permita atrasos, pela graça do Espírito Santo ele produzirá frutos em honra do Pai.

Pedimos ao Senhor que o abençoe e ao povo que o acolha como legítimo sucessor de Pedro.

Dom Aloísio Roque Oppermann, scj – Arcebispo Emérito de Uberaba (MG)

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