Para que uma pessoa se relacione melhor com ela mesma, ela precisa compreender-se e aceitar-se. O melhor caminho para isso é ter um bom conhecimento do seu potencial, das suas capacidades e das suas limitações. No frontispício do Templo de Apolo, em Delphos, já estava escrito: Conhece-te a ti mesmo. Essa é a condição básica para qualquer pessoa assumir a sua identidade, aquilo que a singulariza, que a torna única. Quanto mais conhecimentos alguém tiver de si, maior será a sua capacidade de se posicionar corretamente frente aos desafios impostos pela vida.
Para se tornar autônoma e traçar seu próprio caminho no mundo, a pessoa necessitará de critérios consistentes para avaliar situações e tomar decisões diante delas. As boas decisões são aquelas que se fundamentam em nossas crenças, valores, pontos de vista e interesses. Como fazer isso, porém, sem se conhecer bem, sem saber onde está e aonde quer chegar? Informações e dados confiáveis são as matérias-primas mais evidentes de todo o processo de tomada de decisão, embora elas jamais sejam inteiramente substitutas da percepção intuitiva e da visão abrangente do todo.
Aprender com a experiência acumulada nos planos individual e social foi sempre uma das grandes vias de crescimento do ser humano. Analisar, sintetizar e interpretar dados, fatos e situações do passado, e disso extrair lições e princípios orientadores sobre como conduzir no presente e no futuro, fez, faz e fará a diferença na vida das pessoas, das organizações, das sociedades, das nações e da própria humanidade. Em qualquer tempo e lugar, saber o que aconteceu outrora é uma fonte de elementos que nos ajudam a decidir sobre o que deve e o que não deve ser feito no presente e no futuro.
Quanto mais a pessoa for capaz de conhecer a si mesma, sua circunstância, onde se encontra e a trajetória a ser percorrida para chegar até aqui, tanto maior será a sua capacidade de visualizar aonde pretende ir e de traçar um caminho para chegar lá.
Quanto mais uma pessoa conhece aquilo que faz, tanto maior a sua capacidade de fazê-lo cada vez mais e melhor (produtividade e qualidade). A quantidade e a diversidade dos conhecimentos adquiridos por uma pessoa ao longo da vida tornam-na mais polivalente e flexível, aumentando suas possibilidades de se adaptar às mudanças e de aproveitá-las para seu crescimento pessoal e profissional.
Compartilhar o que se sabe com outras pessoas e exercer uma influência construtiva sobre suas vidas é o principal caminho de que dispomos para ajudar outros seres humanos a desenvolver o seu potencial. O nome dado a esse caminho é educação. Esta abrange todos os processos formativos que ocorrem nos diversos âmbitos da existência humana: família, trabalho, escola, movimentos sociais, meios de comunicação e atividades culturais. E tende, cada vez mais, a ampliar os seus meios e o seu raio de ação, ocupando um maior espaço na vida das pessoas e das organizações.
Para gerar novos conhecimentos, a pessoa apóia-se na sabedoria que já detém, pois lhe serve como matéria-prima nesse processo. Quanto mais uma pessoa aprende, mais aumentam as suas necessidades de aprendizagem e sua capacidade de adquirir novos conhecimentos. Não podemos mais pensar em pessoas formadas. Todos nós estamos em formação ao longo de toda a vida. Aprender, portanto, é uma exigência que nos acompanha do início ao fim de nossa existência. Quanto mais conhecimentos adquirimos, mais aumenta a nossa área de contato com o desconhecido e, assim, cada vez mais ampliam-se as nossas necessidades de aprendizagem. Aprender é crescer. E nenhum tempo é inadequado para isso.
Artigo extraído do livro Educação