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Ser pai, uma vocação de proteção

Qual a referência de pai e paternidade na sua vida? Amoroso, dedicado, compreensivo? Ausente, autoritário, irritado? Seja maravilhosamente positiva ou extremamente negativa, quero começar chamando sua atenção para dois pontos que parecem um pouco esquecidos:

Primeiro, essa referência não o define. Boa ou ruim, a vida se constrói todo dia, e podemos buscar outros modelos ou até mesmo perder ou deixar de aplicar os bons ensinamentos que recebemos de pais, professores e amigos. Em segundo lugar, ela não pode ser simplesmente descartada. Não existe um mundo equilibrado e, ao mesmo tempo, sem a presença de homens, da paternidade e ausente de boas referências do masculino.

Por isso, se você é homem, precisa descobrir a vocação de paternidade que existe em você e desenvolvê-la de forma sadia, madura, bem estruturada. E se é mulher, precisa ressignificar e purificar a imagem de pai (e com ela do masculino em geral) que você traz em si.

Ser pai, Vocação de proteção

Foto Ilustrativa: Brenda Sangi Arruda by GettyImages / cancaonova.com

Encontre o modelo de paternidade

O caminho para todos é um só: onde está o modelo que nos servirá de comparativo? Para quem posso olhar e perceber que, se meu pai agia igualzinho, essa é uma experiência sadia e edificante de paternidade que eu devo guardar e valorizar. E se meu próprio pai se afasta deste modelo, não posso assumir essa atitude como normal ou referencial para o masculino.

O grande modelo, a fôrma onde todo cristão é ajustado e deve se amoldar conscientemente é Cristo! Nunca se engane quanto a isso. Seja homem ou mulher, nosso molde é Cristo. Todos nós estávamos perdidos e desgarrados (Is 53,6), mas fomos anexados a Cristo pelo batismo (Rm 6,3) e, quem nele não permanecer (Jo 15,5) nunca encontrará e possuirá a sua verdadeira vida (Col 3,3).

Mas Cristo também nos aponta outros modelos que não devem ser descartados ou desonrados (Jo 19,27). Revelou-nos a paternidade do Pai, seus atributos de amor e cuidado, um verdadeiro Pai das Misericórdias que dá vida, nutre, acolhe e corrige. E, se eu preciso ser como Cristo, nosso modelo de imitação, para o tema que estamos tratando neste artigo, eu preciso conhecer o Pai. Afinal, também para isso Cristo nos revelou o Pai (CIC §240).

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O que eu preciso conhecer de Deus Pai para curar minha relação com ele ou com minha referência de paternidade? Isso porque, será que você não está transferindo os problemas que teve com as figuras paternas na sua vida para sua relação com Deus? Certamente, já passou da hora de você começar uma relação “limpa” com Deus-Pai. Longe dos preconceitos de um Deus que é indiferente, que castiga, que pune, que não é todo-poderoso, mas “todo-autoritário”.

Não é fácil… e não existe nenhum problema ou demérito se você precisar da ajuda profissional de um psicoterapeuta para conseguir separar as coisas. As boas ajudas são sempre bem-vindas. Além de ser um grande sinal de maturidade perceber que, certas situações, só conseguirão ser absorvidas e ressignificadas com oração, cura interior e terapia.

Seja como o pai de Jesus

Se Deus, que ninguém nunca viu (Jo 1,18), justamente por esse fato, é uma figura e modelo de paternidade difícil de nos moldarmos, a Igreja, sábia mãe e mestra, nos aponta outra: São José. Claro, ele não exclui a fonte e modelo de toda paternidade que é Deus-Pai, mas traduz para o cotidiano humano o que devemos buscar, o pai que devemos ser.

Por que São José? Porque foi a ele que Deus confiou seus dois maiores tesouros na terra: o verbo encarnado, ainda um menino, e a Santíssima Virgem. Traduz, de cara, a grande vocação da paternidade: cuidar, amar, proteger, proporcionando o crescimento e o descanso. Sustentando, mas também elevando aqueles que o rodeiam.

Para finalizar, deixo um conselho e uma missão: conheça melhor São José e os grandes modelos de paternidade como São João Bosco. Você só tem a ganhar alimentando-se de boas e sadias referências da paternidade, seja você homem ou mulher. Procure conhecer cada vez mais a Santíssima Trindade, sua atuação na nossa vida cotidiana e em nossa busca de santidade. Só seremos completos em Deus, e agora é a hora de crescermos em intimidade com Ele.