Mais do que um ato que atende necessidades físicas, a amamentação é um ato de amor
A evolução da humanidade mostra que a amamentação sempre esteve presente na vida das famílias; citada, inclusive, na Bíblia. Religiões descrevem, em seus escritos, sobre essa questão. Fala-se que, no Egito, no ano 30 antes de Cristo, as crianças eram amamentadas pela mãe até os três anos de idade.
Em nosso tempo, muitas campanhas são realizadas a favor desse gesto tão importante ao bebê. Os benefícios vão além do ganho de imunidade e benefícios físicos, mas especialmente a formação dos laços afetivos que se dão nesse ato. Mais do que preocupações estéticas, que muitas mães manifestam, é importante que, desde a concepção, seja feita a conscientização da importância física e afetiva do ato de amamentar.
O gesto da amamentação é uma das primeiras experiências externas que promovem a sensação interior de autoestima no bebê, valorizando a troca existente entre ambos – mãe e filho. Estimula-se, então, nas mães que por alguma limitação não podem amamentar, que mesmo assim sigam o ritual que envolve esse ato. O contato do calor da mãe, o olhar, o toque… Tudo isso favorece, e muito, as experiências de amor e gratificação.
O vínculo afetivo é conduzido no ambiente intrauterino por meio da troca carinhosa e da comunicação, vital para o bem-estar e os primeiros estímulos de amor. Por ser uma vivência gradual e crescente, o tempo e o amor podem dar o verdadeiro sentido do amor e experiência ao bebê, suprindo suas necessidades mais elementares: ser sustentado em suas necessidades físicas/fisiológicas básicas. Mesmo que não seja por sua mãe biológica, a experiência de alimentar o bebê vai, então, conduzindo essa criança a um crescimento e amadurecimento saudáveis.
Estudos acerca do vínculo afetivo provam que os bebês, independente do lugar onde vivam, ao receber do seu cuidador uma série de cuidados, podem sobreviver e superar dificuldades pela proximidade que têm com esse cuidador, incluindo aí a relação do amamentar.
O crescimento e o desenvolvimento positivo de uma criança vêm da relação que ela mantém com seus pais ou seus cuidadores, mesmo que não sejam os pais biológicos; ou seja, é importante que a criança possa ter figuras de referência e, com isso, sentir-se apoiada e acolhida.
O apego é uma necessidade tão importante quanto a água, o alimento e o sono, visto que a criança que se sente protegida terá maior probabilidade de tornar-se um adulto que manifeste segurança e capacidade de sentir-se amado.
O seio materno é um dos primeiros objetos de amor do bebê, e o ato de alimentar a criança é a possibilidade de introjetar-lhe sentimentos positivos pelo ato de amor aí representado.
Vale lembrar que a decisão de amamentar está muito ligada ao conceito e ao significado que a mãe dá a esse ato e, é claro, pode ser influenciada pela maior ou menor disponibilidade emocional, social, econômica e até mesmo cultural. Fica, então, a dica para que as gestantes possam conhecer mais sobre a realidade da amamentação, bem como as alternativas afetivas que possam ter no caso da ausência do leite ou qualquer impossibilidade em realizar este gesto.