Conversão de São Paulo

O que levamos para mundo do que recebemos na comunhão?

A Igreja formou-se pela vontade de Jesus Cristo edificada sobre a “pedra”, que é São Pedro (Mt 16, 18). Não é sobre os templos, casas ou prédios, e sim sobre pessoas que reconhecem em Jesus o “Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16, 16). Os doze escolhidos como apóstolos viveram e aprenderam diretamente com o Messias, recebendo a missão de anunciar a Boa-Nova a toda criatura (Mc 16, 15). A Igreja é, portanto, formada pelos próprios cristãos. A Igreja de Jesus Cristo é viva. Como é necessário o anúncio do Evangelho pelo mundo inteiro, surgiu na história um instrumento para levar o nome de Deus “às nações pagãs e aos reis, e também aos israelitas” (At 9, 15). O escolhido foi Saulo, perseguidor violento dos cristãos, cuja conversão não deixa dúvidas de que Deus tem planos de santidade para todos nós.

Os romanos reconheciam a autoridade moral do Sinédrio (Corte Suprema da lei judia) e lhe permitia exercer poder sobre os membros da comunidade judia nas fronteiras da Palestina, como é caso da cidade de Damasco, que fica a 250 quilômetros de Jerusalém. Essa autoridade incluía a extradição, que era o fundamento da missão de Saulo. Ocorre que, no caminho, Jesus aparece para Saulo como uma luz que vinha do céu. Aqui relembramos da Igreja viva ao perceber que as palavras do Cristo foram “porque me persegues” e não porque persegue meus discípulos ou minha Igreja. É então que Saulo recebe sua verdadeira missão e se dirige a Damasco.

O que levamos para mundo do que recebemos na comunhão?

Foto ilustrativa: ZU_09 by GettyImages

São Paulo: aquele que propagou sua conversão pelo mundo

Ao analisar a passagem bíblica, muito nos chama a atenção os elementos físicos, como a luz que vem do céu, o cair por terra, a voz, a cegueira, o jejum e a cura. Mas o que realmente importa é que Saulo, naquele momento, conheceu a Jesus Cristo para tornar-se Paulo. Embora a descrição feita por São Lucas em Atos dos Apóstolos (At 9, 1-22) não deixe dúvidas deste encontro, nos escritos de São Paulo o fato é relembrado. Na Primeira Carta aos Coríntios, encontramos a descrição daqueles  a quem Cristo apareceu após a ressureição, que é finalizada como “por último, apareceu também a mim” (1Cor 15, 8). Na carta aos Gálatas, São Paulo se coloca como verdadeira testemunha de Cristo, assim como “os que eram apóstolos antes de mim” (Gl 1, 17).

A conversão de São Paulo é narrada por São Lucas e relembrada por ele mesmo em cartas, tendo como ponto fundamental o encontro com Jesus Cristo. Paulo pôde demonstrar que o anúncio da Boa-Nova só se faz em relação íntima com a Igreja, em uma comunhão que direciona o verdadeiro apostolado. Só há um anúncio, do único Deus e Salvador, como disse São Paulo aos Coríntios: “é isso que tanto eu como eles temos pregado e é essa a fé que abraçastes” (1Cor 15, 11). É bem verdade que Paulo não se restringiu ao acontecimento que o levou a conversão, mas sim entregou-se a uma vida nova, tornou-se homem novo. Como era, de fato, sua missão, São Paulo viveu aquilo que, até hoje, é mais difícil aos católicos: o diálogo com os pagãos. Tendo entregado sua vida a Jesus Cristo, tornou-se capaz de levar o Anúncio a todos os povos.

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E nós? O que levamos para outros da nossa conversão?

Mas e quanto nós? O que esperamos de nosso encontro com Cristo? O que levamos para mundo do que recebemos na Comunhão? E que momento histórico maravilhoso para viver o catolicismo! O lugar de Pedro é ocupado por um homem que é exemplo de humildade e servidão como é o Papa Francisco, enquanto a Igreja ainda conta com a sabedoria inigualável do Papa Bento XVI que, quando ainda era chamado Joseph Ratzinger, ocupou o cargo de presidente da comissão e foi fundamental para elaboração do Catecismo da Igreja Católica. A Igreja se apoia nos pilares vivos de Pedro e Paulo, que são Francisco e Bento XVI, para toda sua glória. Não nos esqueçamos disso. Que assim seja!

REFERÊNCIAS:

BÍBLIA SAGRADA. Tradução da CNBB, 18 ed. Editora Canção Nova.

BENTO XVI. Audiência Geral. Vaticano, 3 set. 2008.