Percebo que Deus nos quer levar a assumir e a viver aquilo que São Paulo expressa como experiência pessoal: “Alegro-me nos sofrimentos que tenho suportado por vós e completo, na minha carne, o que falta às tribulações de Cristo em favor do seu Corpo que é a Igreja” (Col 1,24).
Temos experimentado muitos sofrimentos: tanto cada um de nós pessoalmente como as nossas famílias. Temos experimentado o “completar na nossa carne o que falta às tribulações de Cristo”. O que nos faltava certamente, e o Senhor nos quer ver assumindo agora, é o “alegro-me nos sofrimentos que tenho suportado por vós”. É a alegria no sofrimento. É o acolher, de coração e com alegria, os sofrimentos que nos atingem. Nós sofremos por aqueles a quem amamos, para que a graça os atinja com os frutos da redenção de Cristo.
Papa Pio XII
Já o Papa Pio XII dizia, na sua encíclica sobre o Corpo Místico de Cristo, que a salvação de muitos depende e o verbo é este: depende – de sofrimentos, orações e sacrifícios, voluntariamente aceitos pelos outros membros do corpo de Cristo. O próprio Papa Pio XII nos mostra que isso é um mistério: não conseguimos compreender como e por que é assim. Mas a realidade é esta: a salvação de muitos depende das nossas orações e dos nossos sofrimentos voluntariamente acolhidos.
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Assumimos com alegria
O próprio São Paulo vai nos dizer: “Sem derramamento de sangue não existe perdão” (Hb 9,22). O nosso suor, nossa lágrima e nosso próprio sangue são necessários para a salvação daqueles a quem amamos. Por isso, assumimos com alegria todo esse sofrimento. Somente pela adoração conseguimos viver essa experiência. Para mim, fica claro que assumir agora como “ministério” o levar a muitos a insondável riqueza da Misericórdia Divina implica sofrimentos e tribulações, sim, mas assumidos com alegria. O segredo e o desafio agora são: alegria no sofrimento.
Extraído do livro: “Agora meus olhos Te viram!“