Sacerdócio

Pela graça de Deus, sou o que sou

“Pela graça de Deus, sou o que sou, e a graça que Ele me deu não tem sido inútil” (I Cor 15,10 a).

No primeiro dia útil deste ano, escrevi um texto para esta página, intitulado: “Quem eu sou? O caminho para Deus passa pelo autoconhecimento”.

Quero dar uma pequena contribuição para aqueles que me escreveram, querendo saber como fazer para conhecer a si mesmos. Com esta Palavra de São Paulo aos Coríntios, que colhi da Bíblia para dar de presente ao meu irmão e amigo diácono Arlon, no dia de sua ordenação, podemos iniciar o caminho de autoconhecimento: “Pela graça de Deus, sou o que sou (…)”, portanto, podemos começar assumindo quem nós somos em Deus e para que Ele nos criou.

Fomos criados à imagem e semelhança de Deus! Esta é a nossa mais linda verdade! Uma verdade de fé na qual acreditamos. A partir dessa revelação, deveríamos ter um conceito positivo de nós mesmos. Contudo, diante de nossa insatisfação pessoal e do jeito de ser que a sociedade exige de nós, parece que não nos basta sermos filhos amados de Deus. Vamos deixar de mendigar o que já possuímos!? Busque a sua identidade dentro de você, faça vir para fora o que está no seu interior. Não busque encontrar-se a partir da estima ou do reconhecimento dos demais, ou por meio do sucesso obtido. Não. Busque a Deus e você se encontrará consigo mesmo.

Primeiramente, descubra quem você é, quem Deus o criou e depois caminhe para a descoberta do para que Deus o criou. O próprio Senhor vai nos conduzindo para o crescimento, até atingirmos a maturidade de Cristo.

Deus tem um plano de amor para cada um de nós. Basta O deixarmos ser o Senhor das nossas vidas. Faça como o profeta Jeremias, renda-se e assuma: “Seduzistes-me, Senhor, e eu me deixei seduzir” (Jer 20,7a). A sedução de Deus se revela em nossa história, nos sinais, nos conselhos de um padre, de um diretor espiritual, em nossa sintonia com a vida dos santos. São Francisco de Sales dizia que “nós não somos arrastados para Deus por meio de correntes de ferro, como os touros e os búfalos, mas por meio de encantos, de atrativos deliciosos e de santas inspirações”.

O diácono Arlon explica porque assumiu esta frase de Dom Bosco “Deus colocou-me no mundo para os outros”, como seu lema diaconal: ““Dom Bosco tem uma história muito forte em minha vida, pois estudei onze anos em um colégio salesiano. Eu sinto que Deus, no serviço do diaconato, me chama a estar inteiramente para as pessoas. Sem vontade própria, sem querer. A vontade de Deus se realiza em estar diante das pessoas como Jesus Cristo fazia. Podemos concluir que a sua identidade com esse santo o ajudou a descobrir o seu chamado, o “para que” Deus o criou. Esta frase diz dele e define quem ele é. Ele existe para os outros, a sua disponibilidade em servir é ímpar. Com certeza, ele pode afirmar: “Pela graça de Deus, sou o que sou, e a graça que Ele me deu não tem sido inútil”.”

Deus o abençoe.

Autor: Marina Adamo