Rezar o rosário com o coração é um grande desafio, porque facilmente nos distraímos e não prestamos atenção nas frases que pronunciamos. Possivelmente, por isso, achamos que rezamos muito e não vemos as maravilhas de Deus em nossa vida. Por exemplo, na oração do terço falamos muitas vezes “perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”, e então lhe pergunto: será que estamos rezando da boca para fora ou realmente estamos dispostos a perdoar quem nos tem ofendido? O segredo para ter eficácia e progresso na vida é fazer todas as coisas com o coração.
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O rosário é instrumento de fé do cristão
Assim nos diz a Palavra de Deus: “E a razão porque não possuís está em que não pedis. Pedis, sim, mas não recebeis, porque pedis mal. Pois o que pedis, só quereis esbanjá-lo nos vossos prazeres” (Tg 4,2-3). Quer ver as bênçãos de Deus sendo derramadas em sua vida? Experimente rezar com o coração, com sua alma e com sua vida. Seja sempre verdadeiro, humilde e confiante na presença de Deus. Não tenha medo de transformar sua vida em oração, pois
o que mais agrada a Deus é a oração que brota do coração, seja ela qual for. A reza superficial são palavras jogadas ao vento, já a oração profunda atrai as bênçãos do céu.
Salvo da morte por Maria
Para a glória da Santíssima Virgem Maria, quero recontar o testemunho do nosso querido professor Felipe Aquino, apresentador do programa Escola da Fé, que foi salvo da morte pelas mãos de Maria em um grave acidente na via Dutra, no dia 17 de outubro de 1994.
O professor Felipe testemunha que tinha acabado de dar aulas na Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Guaratinguetá (SP), e seguia para a cidade vizinha, Lorena (SP), o que fazia há mais de quinze anos. Entrou na via Dutra. Chovia forte. De repente, mil metros à frente, percebeu que o trânsito estava parado, por causa de um acidente na pista, e foi freando o carro até quase parar. Quando já estava quase parando, a uns 150 metros do último carro da fila, um caminhão pesado, com vinte toneladas de carga, chocou-se violentamente contra o seu carro. A batida foi tão forte, que o encosto da sua poltrona quebrou e ele ficou deitado, com a cabeça no acento do banco de traseiro. Com a batida, o carro girou cento e oitenta graus na pista e ficou de frente para o caminhão desgovernado. O professor pôde ver o caminhão à sua frente, arrastando-o pela pista, causando um barulho ensurdecedor e apavorante.
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Naquele momento, lúcido, muitos pensamentos vieram à sua mente em segundos. Primeiro, pensou que fosse morrer esmagado. Sentiu como se estivesse dentro de uma lata que estava sendo amassada. No mesmo instante, começou a clamar por Nossa Senhora. Disse três ou quatro vezes: “Nossa Senhora Aparecida, protegei-me”. A cada batida, ele repetia esse clamor a nossa Mãe Santíssima, e o interessante é que não sentia medo, e percebeu nitidamente que, embora o carro fosse ficando cada vez mais amassado, ele, contudo, nada sofria. Tudo aconteceu muito rápido. As mãos de Maria amparavam e protegiam milagrosamente a vida do professor.
Eram exatamente seis horas da tarde, e ele rezava o terço, como sempre fazia quando estava nas estradas. Depois de todo o tumulto do acidente, percebeu que o terço continuava em sua mão. Com alguma dificuldade, conseguiu sair do carro e, tão logo fora dele, foi socorrido por um rapaz muito assustado que disse: “Moço, como é que você conseguiu sair vivo deste carro?”. O professor, com o terço na mão, lhe disse: “Com isto”, mostrando-lhe o terço. A estupefação daqueles que o viam ileso perto daquele carro totalmente destruído era enorme. E muitos disseram: “Você nasceu de novo. O seu aniversário agora é 17 de outubro”. O carro ficou tão danificado, que a perda foi total. Quase nada se aproveitava. Para ser retirado da estrada, precisou ser levantado por um guincho e colocado sobre um caminhão, pois não tinha a menor condição de rodar. Em seu coração, não cessava de agradecer a Deus e a Virgem Maria pela graça que acabara de receber. Sabia que tudo era para a glória de Deus, que nunca nos abandona e que nos ensina que “tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8,28).
No dia seguinte, quando o professor pegou o boletim de ocorrência (BO), na delegacia de Guaratinguetá, nele estava registrado: “Horário do acidente: 18:00 horas”. A hora de Maria. O carro havia sido totalmente destruído; e não tinha seguro. Nossa Senhora, como boa mãe que é, não só guardou a vida do professor no acidente, mas deu-lhe um carro “zerinho”, mais novo do que o que se acabou no acidente. O testemunho do professor Felipe está dizendo para mim e para você o quanto é bom ser filho e servo desta boa mãe e rainha. Somente aqueles que estão debaixo de sua materna proteção sabem o quanto ela é maravilhosa.
Trecho extraído do livro “Terço na mão e fé no coração”, de Sônia Venâncio
