São José, valei-nos!

Sempre viver o amor, como São José nos ensinou

Totalmente entregue nas mãos do Senhor, como desejava desde jovem, São José desenvolveu sua fé em consonância com os ensinamentos recebidos ao interno da sinagoga e nos diversos momentos de convivência com a sua família. A frequente escuta da Palavra de Deus, a recitação de orações e salmos colaboram na tomada gradual da consciência de pertencer ao povo de Deus e de corresponder a este dom, cumprindo as leis e os preceitos.

Seja pelas várias indicações do texto sagrado, seja pela sua pessoal meditação sobre o desenrolar do mistério do amor de Deus na vida humana, São José era devidamente instruído de que viver e amar são dois verbos que se conjugam mutuamente. Por essa razão, o seu mote de vida não seria diferente do ideal judaico que perpassava as gerações: amar a Deus com todo o coração, com toda a alma e com todas as forças (cf. Dt 6,5).

Um homem de Deus é justo e verdadeiro, assim como foi São José

São José buscava ser justo em todas as suas relações. Amar é ser justo, verdadeiro, buscar os valores que transcendem as combinações meramente humanas arquitetadas sob a inspiração do egoísmo. Os olhos da fé enxergam as maravilhas da lei de Deus (cf. Sl 118,18) e sabem desvencilhar do legalismo que causa desnorteamento nas escolhas de caminhos e ações.

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Experimentar o amor de Deus no cumprimento assíduo da sua vontade nos torna livres. Define-se como experiência de amor porque é uma correspondência ao quanto somos amados. À medida que percebemos e acolhemos esse amor, damos-lhe maior espaço para que preencha nossos projetos e sonhos. Desejar o amor é já amar com toda a força do desejo emanada da alma.

Mesmo que não nos seja possível verbalizar essa experiência, sentimos o quanto está impregnada em nosso modo de falar, agir, rezar, tomar decisões, enfim, viver. Na verdade, o amor é a base da vida. De que adiantaria possuir bens e comprar o mundo inteiro e não ter amor? Quais as vantagens em comandar subordinados e orientar decisões e não comunicar a caridade? Sem o amor, nada seremos (cf. 1Cor, 13,2).

Amar é sinônimo de abraçar a vontade de Deus com dedicação crescente até envolver a totalidade do ser e do agir. Ao despertar do seu sonho com as palavras emanadas da boca do Anjo, São José compreendeu que deveria conformar-se ao plano de Deus (cf. Mt 1,24). Esse amor somente pode ser concretizado no esvaziamento de si mesmo para acolher a supremacia da vontade divina que se torna salvífica com a participação humana.

São José nos ensinou a ter a humildade de ouvir a voz de Deus

Movido pelo amor com o qual era amado, São José acolheu em sua casa aquela que, em seus planos, seria uma mera esposa, mas que, por uma decisão inspirada, tornou-se a Mãe do Amor. No aconchego de sua casa, escutou bem de perto as primeiras pulsações do coração de Deus, doando-se no mistério da encarnação, e desde esse momento assumiu-o como pai, uma paternidade que se tornou plausível como cumprimento da Palavra de Deus.

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São José, nesse gesto humilde de aceitação, tornou-se pai pelo próprio impulso de amor, que o fez levantar-se e seguir no espírito e na letra as Palavra de Deus que havia se encarnado no ventre virginal de sua noiva. A sua decisão em viver o amor lhe proporcionou acreditar, em primeiro plano, na virgindade de Maria e, por conseguinte, Naquele que, ao completar o tempo, teria entre seus braços e o chamaria pelo nome de Jesus.

As leis e os preceitos que observava com dedicação se cumpriram no seu gesto de adesão total ao plano de Deus, mesmo que parecesse contraditório com os princípios emanados da lei e dos costumes. Seu coração tranquilizou-se, porque cumpria o mandamento de amor, recebendo-o em sua casa, para viver cuidando do Amor!

Pe. Wilton Robson Arruda de Lima, sjc