Maria, desde sempre, foi a escolhida no coração de Deus para ser a nova Eva, a nova criatura, modelo de mulher e exemplo para toda a humanidade. Quando Deus pensou em um plano para salvar a humanidade caída pelo pecado original, causado por Adão e Eva que, seduzidos pela serpente a comerem do fruto que Deus havia proibido, fizeram com que a primeira mulher criada da costela de Adão levasse o homem a pecar contra Deus.
Assim ambos foram expulsos do paraíso e, a partir deles, toda a humanidade fosse ferida com o pecado original. Mas Deus, na Sua infinita bondade, pensou em um plano para redimir a humanidade ferida pelo pecado da desobediência de ambos, tanto do homem quanto da mulher.
O plano de salvação de Deus para a Sua criação foi o novo homem e a nova mulher que seriam salvos pela obediência deles. O novo homem seria Jesus Cristo, o filho de Deus e filho de Maria, e essa nova mulher seria a Mãe do Salvador, a qual nos traria a redenção do pecado original. Por causa da obediência de um, todos foram justificados, como nos diz o apóstolo São Paulo: “Portanto, como pelo pecado de um só a condenação se estendeu a todos os homens, assim por um único ato de justiça recebem todos os homens a justificação que dá a vida. Assim como pela desobediência de um só homem foram todos constituídos pecadores, assim pela obediência de um só todos se tornarão justos” (Romanos 5,18-19).
Maria: a escolhida de Deus
Todas as mulheres judias da época esperavam ser a escolhida para que a profecia de Deus se cumprisse. Mas Deus escolheu uma jovenzinha de uma pequena cidade chamada Nazaré, de onde menos se esperava sair algo tão importante. Deus então enviou o anjo Gabriel, que é o anjo da anunciação, até aquela pequena cidade para falar com Maria que ela seria a Mãe do Salvador; e o anjo Gabriel começa a falar assim: “Ave cheia de graça, o Senhor é contigo!’’ para dizer que Maria tinha obtido graça aos olhos de Deus, e que ela seria a Mãe do Salvador.
Maria disse sim para o plano de Deus, e, por causa do seu sim, todas as profecias referentes a Nosso Senhor Jesus Cristo foram realizadas e cumpridas. Se antes, pela desobediência de uma mulher, toda a humanidade foi penalizada com o pecado original, por causa da obediência de Maria toda a humanidade foi perdoada de suas faltas. É por isso que Nossa Senhora é chamada bem-aventurada, porque nela todas as bem-aventuranças se cumpriram. Maria é aquela em quem todas as graças se encontram; em Maria não existe pecado algum, não existe malícia, não há impurezas, não existe nem o pecado original. Nossa Senhora é toda pura, é a cheia de graça, como diz São Luis Grignon de Montfort: “Deus reuniu todas as águas e deu nome de mar; reuniu todas as graças e deu o nome de Maria”.
A bem-aventurada por excelência
Em Maria, todas as graças foram dadas a ela não por seus méritos próprios, mas por escolha de Deus; e por causa disso, ela é a bem-aventurada por excelência, porque Deus assim o quis, assim foi a vontade d’Ele. Maria não poderia ser uma pecadora e gerar o filho de Deus em seu ventre, ela precisava ser pura desde a sua concepção. Quando Maria recebeu o anúncio do anjo Gabriel, ficou repleta do Espírito Santo e, com a sua boca, proclamou o Magnificat: “Por isso, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo” (Lc 1,48-49).
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Mas por que Maria é chamada de Mãe da Igreja? Quando Jesus diz a Pedro que ele era a pedra da Igreja, que seria o alicerce para a fundação da verdadeira Igreja, e que todos que seguissem seriam a única família de Cristo, a partir deste momento, Nosso Senhor Jesus Cristo constitui Pedro como o primeiro sucessor de sua Igreja, depois de Sua Paixão, Morte e Ressurreição. “ Eu te declaro: Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela”(Mt 16, 18).
O suporte e a fortaleza da Igreja
Maria esteve presente em todos os momentos junto ao seu Filho, Jesus; e até mesmo quando todos fugiram ou O negaram, Maria estava aos pés da cruz de Cristo, pôde pegar o seu Filho morto no colo. Maria preparou o corpo de Jesus para ser colocado dentro da Rocha. Nossa Senhora é essa mulher forte e corajosa que nunca abandonou seu Filho, sempre esteve presente em todas as situações. Lá, no alto da cruz, quando tudo estava quase consumado, Jesus diz para Sua mãe cuidar da humanidade, para ela ser Mãe de toda a Sua Igreja, e essa missão foi dada diante do seu Filho crucificado, pregado numa cruz, desfigurado, sofrendo.
Maria sempre se manteve em pé, mostrando a sua fortaleza, e essa situação serviu para mostrar que, mesmo diante do sofrimento e das perseguições, Nossa Senhora nunca irá nos abandonar, nunca deixará a Igreja sozinha. Ela, como a Mãe da Igreja, estará conosco até o fim dos tempos. Quando Jesus viu Sua Mãe ,e perto dela o discípulo que amava, disse a ela: “Mulher, eis aí teu filho”. Depois, disse ao discípulo: “Eis aí tua mãe”. E dessa hora em diante, o discípulo a recebeu como sua mãe” (Jo 19,26-27).
Mãe de todos os fiéis
Quando Jesus faz esse pedido para a Sua Mãe, Ele está pedindo que ela seja a Mãe adotiva de toda a Igreja, seja a Mãe de todos os seus filhos, a Mãe de todos que fazem a sua vontade, e que ela seja Mãe de toda a sua família espiritual. Jesus foi interpelado uma vez sobre quem seria a sua família, e Ele respondeu assim. “Jesus falava ainda à multidão quando veio sua mãe e seus irmãos e esperavam do lado de fora a ocasião de lhe falar. Disse-lhe alguém: “Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar-te”. Jesus respondeu-lhe: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?”. E, apontando com a mão para os seus discípulos, acrescentou: “Eis aqui minha mãe e meus irmãos” (Mt 12,46-49).
Com essa resposta, Jesus quis mostrar para todos que Sua Mãe seria a Mãe da Igreja. A Palavra de Deus diz que, a partir daquele momento, São João passou a cuidar de Nossa Senhora como sua mãe, e Maria passou a cuidar de todos os filhos de Deus. Essa é a Mãe da Igreja, aquela no qual Deus encontrou graças abundantes para ser a Mãe do Salvador, a bem-aventurada por excelência, aquela que é descrita no Apocalipse como a mulher que enfrenta o dragão e esmaga a cabeça da serpente, a mulher que é revestida de sol, e que tem em sua cabeça uma coroa, ela que avança como a aurora, que vence todas as batalhas. Essa é Maria, a cheia de graça, a bem-aventurada, a única Mãe que a Igreja possui.
Rogai por nós, Santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo. Amém!
Wesley Paulo
Comunidade Canção Nova
