Muitos carregam dúvidas sobre manter imagem, quadros e pinturas de santos, pois uma mentalidade equivocada e mal instruída diz que não devemos ter nenhuma imagem, pois Deus proibiu, no Antigo Testamento, que tal realidade acontecesse, pois poderia se tratar de idolatria. Contudo, com a encarnação de Jesus, Deus assume um corpo e uma imagem. Ele se torna visível para o mundo. Quem O vê, vê o Pai. Jesus é o rosto divino do homem e o rosto humano de Deus.
No Concílio de Niceia, a Igreja justificou e afirmou que é válido o culto aos ícones, das imagens de Cristo, dos santos, da Mãe de Deus e dos anjos. Ao encarnar, o Filho de Deus inaugurou uma nova “economia” das imagens (Catecismo da Igreja Católica, 2131).
Ainda confirma o Catecismo: “O culto cristão das imagens não é contrário ao primeiro mandamento, que proíbe os ídolos. Com efeito, ‘a honra prestada a uma imagem remonta ao modelo original’ e ‘quem venera uma imagem venera nela a pessoa representada’. A honra prestada às santas imagens é uma ‘veneração respeitosa’, e não uma adoração, que só a Deus se deve: ‘O culto da religião não se dirige às imagens em si mesmas como realidades, mas as olha sob o seu aspecto próprio de imagens que nos conduzem ao Deus encarnado. Ora, o movimento que se dirige à imagem enquanto tal não se detém nela, mas se orienta para a realidade de que ela é imagem’” (Catecismo da Igreja Católica, 2131).
Jesus Misericordioso em nossas casas
As nossas casas são lugares sagrados, pois é lá onde se iniciam as primeiras etapas da nossa formação cristã. Com os nossos pais, aprendemos as principais orações cristãs, aprendemos o Temor a Deus e, assim, somos introduzidos na fé. A família é Igreja doméstica, como chamou o Concílio Vaticano II (Lumen Gentium, 11). Se vivermos bem essa realidade, atrairemos para nossa casa a bênção de Deus. Ali, Ele repousa com a Sua Graça e Misericórdia.
Nas casas cristãs é muito válido que tenhamos quadros, imagens de santos, o crucifixo, pois esses expressam a nossa fé. São sinais visíveis dela. Como acontece com os cristãos do Oriente, no caso dos ícones, eles falam que não se vê os ícones, mas sim leem os ícones, pois existe uma teologia no que foi pintado. Não é muito o nosso caso da Igreja do Ocidente, mas sabemos que temos diversos sinais e símbolos que expressam e representam a nossa fé. Por exemplo, o crucifixo que mostra o amor de Deus pela humanidade, o sacrifício redentor de Jesus. Também a imagens dos santo e de Nossa Senhora, que nos recordam a intercessão daqueles que já estão diante de Deus, isto é, nossa comunhão com a Igreja triunfante.
Podemos e devemos adorar a Jesus Cristo presente no Santíssimo Sacramento, mas também podemos prestar culto ao Senhor pela veneração das imagens que o representam, e uma delas é o quadro de Jesus Misericordioso.
Foi o próprio Jesus que, em 22 de fevereiro de 1931, pediu: “Pinta uma Imagem de acordo com o modelo que estás vendo, com a inscrição: ‘Jesus, eu confio em Vós’. Desejo que essa Imagem seja venerada, primeiramente, na vossa capela e, depois, no mundo inteiro.” (Diário de Santa Faustina, 47).
Configuremo-nos ao Cristo
Hoje, podemos contemplar e venerar essa imagem, mas não somente, pois podemos e devemos buscar nos configurar a Cristo Jesus e nos transformar todo em Misericórdia. Ao nos colocarmos em veneração dessa imagem, podemos pedir a Jesus a graça de que nossos olhos, ouvidos, língua, mãos, pés e coração sejam misericordiosos também.
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A promessa de Jesus a cerca da imagem é muito grande: “Por meio dessa Imagem concederei muitas graças às almas. Que toda alma tenha, por isso, acesso a ela” (Diário de Santa Faustina, 570).“Feliz aquele que viver à sua sombra, porque não será atingido pelo braço da justiça de Deus” (Diário de Santa Faustina, 299).
Domingo da Festa da Misericórdia
Jesus pediu que, no Domingo da Festa da Misericórdia, o sacerdote se reunisse e abençoasse solenemente a imagem. A imagem de Jesus Misericordioso, segundo o que Ele mesmo disse a Santa Faustina, foi a mesma a forma que ele apareceu ressuscitado aos discípulos que estavam trancados em casa, com medo e com a dúvida se Jesus realmente tinha ressuscitado. Diz-nos o Evangelho de São João: “Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus, veio Jesus, colocou-Se no meio deles e disse-lhes: ‘A paz esteja convosco’.
Dito isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor. Jesus disse-lhes de novo: ‘A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós’. Dito isso, soprou sobre eles e disse-lhes: ’Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhe-ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes serão retidos” (Jo 20,19-23).
Do mesmo jeito que Jesus se manifestou aos discípulos, entrando naquela casa, assim Ele quer se manifestar nas nossas casas. Ele apareceu ressuscitado, por isso ressuscitou a fé dos discípulos, levou-os à experiência da paz e a receberam a graça do Espírito. Quando entronizamos o quadro de Jesus Misericordioso na nossa casa, pedimos que a ressurreição dele se manifeste, nas nossas casas, e que Ele sempre possa nos surpreender e assim, pouco a pouco, aumentar nossa confiança n’Ele.
Formação Canção Nova