O escapulário é um sinal de devoção mariana consagrado a Santíssima Virgem Maria por meio da inscrição na Ordem Carmelita. À exemplo de Maria, quem recebe o escapulário se coloca como servo do Senhor [1]. O uso do escapulário realça a devoção à Maria, confiantes na proteção de mãe, verdadeiramente acolhida como fez o discípulo amado [2]. Pela sua simplicidade e expressão de espiritualidade, a devoção ao escapulário foi profundamente recebida pelo povo de Deus, encontrando, na Liturgia, a Memória da Bem-aventurada Virgem do Monte Carmelo, celebrada no Calendário Universal da Igreja em 16 de julho.
Historicamente, a devoção ao escapulário de Nossa Senhora do Carmo teve início com a visão de São Simão Stock, entre os anos 1230-1250, período em que a Ordem do Carmo atravessava uma fase difícil. Desde o ano de 1332, a festa de Nossa Senhora do Carmo é celebrada no dia 16 de julho, sendo estendida pelo Papa Bento XIII à Igreja no mundo todo em 1726. O Santo Papa João Paulo II explica que o escapulário é sinal da proteção contínua da Virgem Santíssima e da consciência de que a devoção a Ela não se limita a orações e graças em sua honra, mas deve constituir um hábito, isto é, um ponto de referência permanente do comportamento cristão, mediante a prática frequente dos Sacramentos e o exercício concreto das obras de misericórdia espiritual e corporal.
O escapulário como instrumento de santificação
A Igreja reconhece o escapulário como um sacramental, ou seja, sinal sagrado por meio do qual, imitando de algum modo os sacramentos e pela oração da Igreja, se obtém efeitos principalmente de ordem espiritual. Os sacramentais são instituídos pela Igreja com vista à santificação de certos ministérios, de certos estados de vida, de circunstâncias muito variadas da vida cristã, bem como do uso de coisas úteis ao homem, como se encontra no Catecismo da Igreja Católica (1668). O Santo Papa João Paulo II ensina que, no sinal do escapulário, evidencia-se uma eficaz espiritualidade mariana, que alimenta a devoção dos crentes, tornando-os sensíveis à presença amorosa da Virgem Mãe nas suas vidas.
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Em sua forma tradicional (ainda hoje usada pelos carmelitas), o escapulário é um avental colocado sobre as escápulas (ombros) para não sujar a túnica durante o trabalho. Por questões de praticidade, difundiu-se entre os leigos devotos de Nossa Senhora do Carmo a prática de usar uma forma menor do escapulário, representado por um pedaço de tecido com as estampas de Nossa Senhora do Carmo, de um lado, e do Sagrado Coração de Jesus do outro. Segundo o Rito próprio, para a bênção e imposição deve ser usado o escapulário do Carmo na sua forma tradicional (tecido), só depois podendo ser substituído por uma medalha (correntinha).
Com a intercessão da Nossa Senhora do Carmo, seja santo
O Santo Papa João Paulo II, não à toa tão mencionado nesse artigo, já afirmou que levava, no coração, desde há muito tempo, o escapulário do Carmo. O Pontífice esclareceu que o escapulário vincula quem o veste aos membros da Ordem carmelitana, para que seja reconhecido pelo dom recebido e se conserve fiel aos deveres que derivam desse carisma. O Santo Papa pediu que não se contentem com uma prática cristã superficial, mas correspondam ao apelo de Cristo, que chama os seus discípulos a serem perfeitos, como é perfeito o Pai celestial [3]. Peçamos a proteção materna da Virgem Maria, Mãe e Adorno do Carmelo, para caminharmos com fidelidade ao serviço das boas-obras essenciais para a vida cristã. Que assim seja!
Citações do texto bíblico
[1] (Lc 1, 38); [2] (Jo 19, 27); [3] (Mt 5, 48).
Referências
BÍBLIA SAGRADA. Tradução da CNBB, 18 ed. Editora Canção Nova.
CARMELITAS. Site oficial da Província Carmelitana Fluminense, da Ordem do Carmo,
que abrange os estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Distrito
Federal, Tocantins e Rio Grande do Sul. Disponível em: https://carmelitas.org.br/
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. In textos fundamentais. Arquivo do Vaticano.
JOÃO PAULO II. Mensagem à Ordem do Carmelo por ocasião da dedicação do ano
2001 à Virgem Maria. Vaticano, 25 mar. 2001.
JOÃO PAULO II. Mensagem ao Prior-Geral da Ordem dos Carmelitas. Vaticano, 7 out.
2002.