O Reino de Deus consiste em encontrar Jesus na nossa vida, um encontro que começa aqui na terra
Em João 10,10, Jesus diz de ter vindo, aqui nesta Terra, para nos dar uma vida, e uma vida abundante, portanto, que não seja vivida de qualquer forma, mas para nos fazer viver na felicidade. É interessante notar que, no documento de Joseph Ratzinger sobre a cura, é citada uma frase do Papa João Paulo II que diz: “A nossa chamada é uma chamada para a felicidade!”. Muito bonita essa expressão: uma chamada para a felicidade, e desta para uma vida completa. Quando São Paulo saúda a comunidade de Tessalônica escreve:
“O Deus da paz vos conceda santidade perfeita. Que todo o vosso ser, espírito, alma e corpo seja conservado irrepreensível para a vida de nosso senhor Jesus Cristo!” (1Tessalonicenses 5,23).
Dessa forma, augura uma saúde completa. O homem é salvo, mas a salvação não existe somente em chegar à vida eterna. A salvação começa aqui! Quando os apóstolos perguntaram para Jesus: “Quando chegará o reino de Deus?” (Lucas 17,20), Jesus respondeu: “Pois o reino de Deus já está no meio de vós” (Lucas 17,21).
Curar para deixar a vida velha
Esse reino consiste em encontrar Jesus na nossa vida, um encontro que começa na Terra e encontra seu cume na morte, um momento da cura máxima! A morte não é o fim, mas o começo de uma nova vida para a qual podemos dizer: agora, sim, o homem velho morreu. Agora, sim, o homem novo começa a viver na sua completitude! Dessa forma, não podemos somente considerar a cura espiritual, mas todas as dimensões de cura, e a segunda é a interior.
Bom, nós todos somos, com todo o respeito para quem está lendo, um pouco desequilibrados. Todos! Por quê? Como ninguém pode falar que é perfeitamente sadio fisicamente, ninguém também pode dizer que é perfeitamente sadio mentalmente. Se alguém tem raiva e percebe que sua ira não é proporcional à causa que a provocou, existe um desequilíbrio; da mesma forma, existe um desequilíbrio se tenho uma fobia ou um medo, e este medo não é racional.
Todas essas emoções que precisam ser curadas podem ser assim divididas:
– Raivas e iras;
– Medos;
– Sentimentos de culpa;
– Ansiedades.
Todas as outras como solidão e tristeza podem ser inseridas em uma dessas categorias, porque as raízes principais são a raiva, o medo, o senso de culpa e as ansiedades que podemos ligar à falta de perdão. Esta, podemos dizer, está na base de cada ferida que temos.
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Oração:
Pedimos-Te, Senhor, para nos curar e pôr a Tua mão sobre as nossas feridas, as quais são muitas em cada um de nós. Frequentemente, Senhor, pensamos que podemos ajudar os outros, mas não pensamos que precisamos ser curados também. Dá-nos a luz para podermos achar as raízes desses males, Senhor, as raízes que criam as nossas iras, nossos medos, sentimentos de culpa e ansiedades. Ajude-nos, acima de tudo, a não ter medo de descobrir essas feridas, e, em seguida, Senhor, dá-nos coragem de permitir que a Tua mão desça sobre nós para receber de Ti a cura de que necessitamos. Nós temos certeza de que Tu a darás para nós! Tu, Senhor, nos curará e, por isso, te dizemos: Obrigado, Senhor!
Retirado do livro: Cura do Mal e Libertação do Maligno