Traumas da morte

Finados: Não podemos parar na morte

O cristão não pára na morte. Nossa fé se expressa na certeza da ressurreição da carne

A morte é um mistério e não apenas uma necessidade natural. Jesus de Nazaré, Deus feito homem, aceitou e assumiu a morte como mistério da vida humana, como parte inevitável do destino do ser humano na Terra. Além disso, Jesus assumiu a morte como consequência do pecado. Essa é uma idéia profundamente bíblica. A morte é consequência da desobediência, para restaurar o dom do Espírito Santo para todos nós. Jesus assumiu a morte para superar o pecado e a própria morte.

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Jesus veio dar um sentido profundo à vida e à morte do ser humano. Por causa dEle , o sofrimento torna-se um canal para Deus. Todo sofrimento, por causa do sofrimento de Jesus, contém uma semente de vida e de eternidade.

O cristão não pára na morte. Nossa fé se expressa na certeza da ressurreição da carne. A ressurreição da carne significa que após a morte não haverá somente a vida da alma imortal, mas que mesmo os nossos corpos mortais (Romanos 8,11) readquirirão vida. Se não há ressurreição dos mortos, Cristo também não ressuscitou (1 Coríntios 15,12-20).

Deus, na sua onipotência, restituirá definitivamente a vida incorruptível aos nossos corpos unindo-os às nossas almas, pela virtude da ressurreição de Jesus, que destruiu a morte (2 Timóteo 1,10).

A morte é uma certeza, não como consequência de uma punição de Deus (Ezequiel 18,32), mas como condição natural de nossa vida, na Terra, depois do pecado: “Não temas a sentença da morte; lembra-te dos que te precederam, e de todos os que virão depois de ti: é a sentença pronunciada pelo Senhor sobre todo ser vivo. Que te sobrevirá por vontade do Altíssimo?”” (Eclesiástico 41,5-6).

Jesus é a absoluta certeza de que a morte não tem a palavra final. A morte não tem poder de nos apartar do amor que Deus nos testemunha em Cristo Jesus, nosso Senhor (Romanos 8,38-39).

Depois da morte, só existem três possibilidades para o ser humano: Céu, Inferno e Purgatório. O céu e o inferno são eternos. O Purgatório é temporário, embora esteja fora do tempo e do espaço.

No Céu ficarão os que morrerem com a alma absolutamente sem mancha e que já tiverem confessado seus pecados. No Inferno ficarão os que morrerem em pecado mortal. Nesse caso, a alma já está morta para a eternidade. Porque a Graça de deus é a vida da lama; o pecado é a sua morte. Por isso, quem morre em pecado (mortal) entra na eternidade já com a morte na alma.

A alma se fixa no estado onde se encontrar – estado livremente escolhido; não é pois, Deus quem conduz ao Inferno: é ela que para lá se encaminha, por ter preferido as trevas à luz.

Fonte: Trecho do Livro “A cura dos traumas da morte” – Padre Léo