Um amor maduro!

No namoro se requer também um espírito de auto-superação. A luta sincera contra os próprios defeitos e suas manifestações, tratando-se de melhorar enquanto for possível. O melhor que um jovem pode oferecer a quem ama é o esforço para ser melhor cada dia, em todos os sentidos.

O amor maduro, a adesão profunda ao outro como pessoa querida em sua integridade, produz sempre o desejo sincero de ajudá-lo respeitosamente a alcançar seu verdadeiro bem. Há mil modos de ajudar o amado, mantendo o necessário respeito de sua liberdade: o exemplo pessoal, uma palavra de estímulo, o diálogo franco que convida a superar os defeitos e limites superáveis… Finalmente, o amor verdadeiro leva ao desejo sincero de superar-se como casal, de crescer no amor, vivendo uma relação profundamente humana e cristã.

Esse desejo se traduzirá em um esforço por elevar o mútuo amor, procurando que seja cada vez um amor mais autêntico; é dizer um amor em que se integrem realmente os três níveis do ser humano: o nível físico, o psicosocial e o espiritual.

Portanto, superar-se como casal significa tratar-se de não reduzir a uma relação puramente sentimental. Os sentimentos são importantes, mas não são a essência do amor. Um namoro construído somente sobre emoções e sensações sentimentais levará ao fracasso, precisamente pela instabilidade e ‘cegueira’ própria dos sentimentos. Vive de sentimentos o casal que reduz seus relacionamentos a um, ao sentir-se a gosto juntos, ao falar de coisas superficiais anulando-se mutuamente, sem pensar juntos com seriedade no futuro, sem dialogar maduramente, dando-se a conhecer um ao outro e tratando de amar-se em profundidade, como pessoas tais como são.

Mais grave, ainda, é o risco de reduzir suas relações à dimensão física, puramente sexual, ou deixar que seja ela que predomine e constitua o interesse fundamental do casal. O sexo, elemento integrante do amor matrimonial, não constitui o centro da pessoa, e portanto tampouco é a essência do amor, adesão pessoal e livre ao outro em sua integridade. Tanto que o sexo pode converter-se – ao invés de expressão de amor – em puro egoísmo.

Com efeito, a sexualidade humana é um fenômeno carregado de ambigüidades. Por uma parte entra a doação e a própria intimidade ao outro, e contém em si o belíssimo significado da abertura a novas vidas. Refiro-me, pois, doação, generosidade, entrega de algo de si ao outro e aos filhos que possam vir à vida por esse ato de amor. Mas, ao mesmo tempo, a sexualidade vê-se acompanhada por um prazer intenso, absorvente, apaixonado, que pode ofuscar sua dimensão de doação, convertendo-se em pura busca do gozo pessoal.

Na vida sexual o ser humano sente profundamente essa tensão entre o ‘dar-se ao outro‘ e o ‘encontrar nele’ um prazer pessoal. Os dois pólos da tensão são em si bons, sagrados, enquanto desejados por Deus. Mas desordenados quando introduzidos pelo pecado, facilitando a resolução da tensão se pelo puro egoísmo, e às vezes brutal. Aqui e sempre, em todas as culturas, vê-se na sexualidade uma certa problemática, e até dramaticidade. Em todas elas o uso da sexualidade está rodeado de uma série variada de reflexões sobre o pecado sexual, tabus, regras e limites, com a intenção de ordenar algo que tem grande importância, mas que parece escapar-se sempre das mãos.

Fonte: www.es.catholic.net