Transcender as diferenças

Hoje, o mundo se volta para a abertura dos Jogos Olímpicos. Bilhões de pessoas se prenderão aos televisores, extasiados pelo grande acontecimento e ávidos pelos resultados. A Igreja sempre prezou a importância da prática do esporte como fonte, não somente de um bem estar físico, mas como um ideal de vida, coragem e otimismo, valorizando a reintegração da pessoa à sociedade e também o comprometimento e responsabilidade daqueles que o praticam.

“A prática de esportes tornou-se importante hoje em dia, pois ela encoraja os jovens a desenvolverem importantes valores tais como lealdade, perseverança, amizade, partilha e solidariedade. Precisamente por essa razão, nos anos recentes os esportes cresceram continuamente como um dos fenômenos característicos da era moderna, quase “um sinal dos tempos”, capaz de interpretar as novas necessidades e expectativas da humanidade. Os esportes espalharam-se pelos quatro cantos do mundo, transcendendo diferenças entre culturas e nações.

Por causa das dimensões globais que essa atividade assumiu, todos aqueles envolvidos na prática desportiva no mundo inteiro assumem uma grande responsabilidade. Eles são chamados a tornar os esportes uma oportunidade de encontro e dialogo, acima de qualquer barreira de língua, raça e cultura. Os esportes, de fato, podem dar uma contribuição eficaz para a compreensão pacifica entre os povos e para o estabelecimento da nova civilização do amor” (Homilia de João Paulo II, 29 de outubro de 2000).

Infelizmente, os poderes destrutivos da sociedade estão tentando roubar os nobres valores dos Jogos Olímpicos, pela introdução dos escândalos de doping, ganância e medo. Um dos grandes assuntos na mídia internacional essa semana foi o doping maciço a que os atletas estão se submetendo, para vencer a qualquer preço, pois ter uma medalha olímpica significa fama e fortuna instantâneas.

A grande questão da semana em relação aos Jogos Olímpicos é: os Jogos Olímpicos ainda representam o ideal de nobre competição que reúne o melhor da humanidade ou são apenas uma nefasta competição entre farmacologistas para ver quem cria o mais potente esteróide ilícito ou booster genético?

Que possa a humanidade buscar com a mesma dedicação de outrora a “coroa incorruptível”.