Tempo do ultimato

Hoje a Igreja Católica comemora no mundo todo o testemunho de um homem que preferiu a FUGA ao confronto.

São José, ao saber que sua esposa Maria estava grávida, e com plena certeza de que não teve parte na concepção, preferiu FUGIR a ter que se confrontar com o risco da amada ser até apedrejada por aqueles que agiam em nome da Religião. Fugiu e encontrou a PAZ! Pois em sonhos o anjo do Senhor disse-lhe: “José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo.” (Mt 1,20)

Também, quando o menino Deus e sua mãe estavam em perigo, novamente a estratégia da FUGA funcionou para se encontrar a PAZ: “levanta-te, toma o menino e sua mãe e FOGE para o Egito; fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para o matar.” (Mt 1,13)

Por isso que, diante do testemunho do Santo Patrono da Sagrada Família e de toda a Igreja de Cristo, penso que FUGIR para encontrar a PAZ nunca foi ato de covardia, mas uma boa estratégia para a sobrevivência de uma vontade de Deus. Logo o problema não está na ordem, mas em quem deu o mandato ou o ultimato e, com quais objetivos finais…, seria realmente a PAZ?…

Não vou responder esta pergunta, pois a mim, como acredito que também a você, não foi perguntado sobre este ultimato ou “atestado antecipado de óbito de um país”, ou “óbitos de milhares de inocentes do Oriente e do Ocidente” como promete Saddam. E mesmo que todos nós sentássemos na mesa, subíssemos na cadeira, ou até “plantássemos bananeira” para chamar um pouco mais de atenção na O.N.U, ou mais especificamente, nalguma reunião do Conselho Mundial de Segurança, com certeza a nossa palavra teria o mesmo valor do pronunciamento de cada um dos representante das grandes economias mundiais, com ou sem direito a veto, ou seja, um redondo “zero”. Este também é o resultado do balanço diplomático do mundo e da tolerância dos que estão a favor desta Guerra.

Indignados sim! Desesperados jamais!

Penso que São José na Glória não esteja nada contente com o que ocorre aqui em baixo, e não estou com isto, querendo dar, ao baixo, um sinônimo de história, em detrimento de anunciar um Deus distante com seus santos e anjos, mas “dizer baixo” para mim tornou-se este mundo, ou parcela da humanidade que ainda prefere o confronto a imitar São José, numa FUGA capaz de gerar a PAZ. Embora constatemos que a Palavra de Deus não erra ao diagnosticar que “…o mundo todo jaz sob o Maligno”, não podemos esquecer o segredo da esperança que brota do início deste versículo do quinto capítulo da primeira carta de São João: “Sabemos que somos de Deus…”. Por isso não percamos a esperança de um dia apresentarmos para Deus nosso Pai, filhos e filhas como o Glorioso São José para que, imitando-o, saibamos escutar a Deus pelos outros, e tenhamos coragem de FUGIR, ora de uma inspiração somente humana, por isso propensa ao diabólico, ou de um local que exponha ao perigo um só menino ou uma só mãe inocentes.