Temperamento: Qual é o Seu?

Se observarmos as pessoas que interagem num determinado ambiente, perceberemos que cada qual age de forma diversa com uma expressão, um modo de falar …

À uma mesma situação cada pessoa reage de um jeito diferente. Tudo por causa do temperamento.

O que constitui o temperamento é o conjunto das características abaixo:

Sensação: tomada de consciência da presença do estímulo pelo sujeito.

Afetividade: estado que resulta percepção (agradável ou desagradável).

Tendência: é a inclinação do sujeito para o estímulo, motivada pela sensação e pela afetividade.

Entre os quatro temperamentos, dois se mostram ativos e exuberantes: o colérico e o sanguíneo, enquanto os outros dois são passivos, calmos e comedidos: melancólico e o fleumático.

A medida de um colérico é a exuberância de sua vida, que, como um vulcão ativo, regurgita no interior de um coração altamente apaixonado.

Procurando atingir os fins sem considerar os meios, o colérico, coloca-se, quase sempre em posição extremada. É uma pessoa que se irrita facilmente. Vive para o seu mundo e, assim, vivendo, está cheio de si mesmo, olhando os próximos como seres inferiores. O orgulho é o grande pecado de sua inteligência e a intolerância é a grande modalidade de seu orgulho. Possui uma vontade determinada, que não conhece obstáculos ou impecilhos para seus desejos. Com todas estas características se apresenta como uma pessoa insensível. Porém pode-se afirmar que o colérico ama, e ama apaixonadamente; todavia, vivendo, antes de tudo, para sua inteligência e para a sua vontade. Porém emotivamente não demonstra seu grande amor.

O colérico apresenta-se como um sujeito de reações rápidas e cortantes, usando e abusando de seu tempo. É profundamente sincero; é um dominador por natureza, envolvendo os outros com sua vontade e sua determinação.

São Paulo, aventureiro, dinâmico, vibrante e decidido, altamente apaixonado pelo que acredita, chefe por natureza, inimigo dos subterfúgios e das meias medidas, é um bom exemplo do temperamento colérico.

Como o temperamento colérico, o sanguíneo é um temperamento de reações rápidas e cortantes, porém não apaixonadas como o colérico, mas emotivas. De inteligência rápida vê com rapidez as relações ocultas entre as coisas. Não é dado a matemática e às filosofias, no entanto é o ‘rei’ da história, da geografia, das artes,…

Tem um coração sem medidas. Socialmente é bom, generoso e afável, adaptando-se com facilidade às exigências sociais. Acha o mundo belo e a vida belos, por isso quer viver e gozar a vida sem lágrimas e sem lamentações. Os sanguíneos têm horror à solidão, pois são extrovertidos, por natureza. Alegres, acham sempre um motivo para rir. São pacíficos, amigos da paz.

Entre os apóstolos, São Pedro, com seu jeito alegre, volúvel, generoso e bom, é o tipo clássico do temperamento sanguíneo.

Já o esquema do temperamento melancólico se desenvolve por uma parte de uma intensa sensibilidade afetiva e por outra de uma motricidade altamente moderada.

De inteligência profunda e de vontade fraca, o melancólico alia uma sociabilidade fraquíssima a uma grande ternura de coração. Sua vontade é indecisa, vivendo sempre em dúvida. Inclina-se, quase sempre, para o lado negativo das coisas, sempre antecipando as possíveis consequências de fatos que só existem em sua inteligência.

Altamente egocêntrico, vive para si, longe de qualquer influência do mundo exterior. Falta-lhe o calor e a simpatia, o que o leva isolar-se e conseqüentemente, ser isolado e ignorado por seus semelhantes. Uma visita para o melancólico é quase sempre um martírio.

Entre os apóstolos, São João, místico, introvertido, de ternura profundíssima, é um tipo perfeito do temperamento melancólico.

Passemos ao fleumático. Este caracteriza-se por uma fraquíssima impressionalidade diante dos estímulos e por uma incapacidade de reação.

Sua inteligência é fria e calculista. Sua vontade é fraca na ordem da ação. Ama o descanso, não gosta do movimento e da atividade. Ele prefere viver e deixar que os outros vivam. É conservador por natureza.

Gosta de dar tempo ao tempo, julgando que tudo se resolve com o tempo. Porém quando alguma coisa desperta seu interesse, o que é raro acontecer, sua vontade é firme. As grandes paixões não moram em seu coração.

Pouco sociável, não vive a importunar os outros, nem gosta de ser importunado. Tudo em seu ser é lento e comedido, sua inteligência não foge a regra, porém seus pensamentos são equilibrados e retos. Embora de vontade fraca é perseverante naquilo que começa, sendo sua grande virtude.

Comparando com o relógio do tempo podemos dizer que o Sanguíneo é a aurora, o despertar de vida; o Colérico é o sol a pino; o Melancólico traz a nostalgia do entardecer; enquanto que o Fleumático é indeciso como a noite.

Assim como todas as horas do dia são necessárias para o desenvolvimento da vida, todos os temperamentos têm o seu valor e são igualmente necessários.

São as diferenças que dão o colorido à vida. Porém, quando essas características nos impedem de manter uma relação adequada com Deus e com nossos semelhantes precisamos pedir a ajuda do Espírito Santo e desta forma, controlar nosso temperamento.

O próprio Espírito vem em socorro de nossa fraqueza, diz São Paulo, portanto devemos pedir à Ele, mas o que pedir?

O colérico necessita pedir amor, bondade, paciência, humildade, benovelência e entendimento de que deve depender de Deus. O sanguíneo, aptidão para abstinência, auto-controle, paciência, fé, paz, perseverança e bondade. O melancólico necessita de amor, alegria, paz, bondade, fé, esperança e auto-controle. O fleumático necessita de vontade determinada, amor, bondade, docilidade, têmpera e fé.

É possível manter o seu temperamento e entregar-se ao Espírito Santo. Um temperamento controlado pelo Espírito é aquele no qual habita o amor, a alegria, a paz, a paciência, a bondade, a generosidade, a fé, a docilidade e o auto-controle.

Busque estas características na oração, na confissão, na comunhão, na entrega à Deus, acreditando que o que você não pode fazer, Deus pode e quer realizar em você.