"Sexualidade no Mundo de Hoje"

”Deus criou o ser humano à sua imagem, à imagem de Deus os criou”. (Gn. 1,27)

É muito bonito ver este capítulo de Gênesis, porque nos mostra a origem do ser humano. Somos imagem de Deus, e por isso devemos ou deveríamos ser tal qual nos criou. Infelizmente isso não acontece devido ao pecado que entrou e nos separou, dividiu, rompendo com aquilo de mais bonito e belo que somos.

Deus cria para o “Bem” e para o “Amor”. A presença do pecado desvirtuou o bem e o amor. No mundo em que vivemos, falar do “Bem” é ser bobo, falar do “Amor” é pensar em sexo e pensar em sexualidade, já nos remete muitas vezes à imoralidade. Infelizmente o homem perdeu o sentido do Bem; é porque para este o mal “parece” ser bem, o que acaba confundindo a memória de todos. Isto é o que vemos dia-a-dia e o que está acontecendo cada vez mais no mundo em que estamos: pessoas totalmente destruídas pelo “mal”, acreditando que estão no bem e dizendo que vivem o “amor” plenamente.

O amor não destrói ninguém, não corrompe, não traz a dor, o sofrimento, mas sim a vida, a alegria, a paz, a concórdia. Tudo porque é “Amor”. Este até sofre, mas sofre na medida certa porque é amor, porque sabe esperar, sabe suportar: “No amor não há temor. Ao contrário, o perfeito amor lança fora o temor, pois o temor implica castigo, e aquele que teme não chegou à perfeição do amor” (1Jo 4,18).

A “perfeição do amor” é Deus, Jesus Cristo. Único amor que foi capaz de se deixar morrer para salvar a tantos e gratuitamente.

O amor que vemos no mundo atual é o amor erótico, o que leva, infelizmente, o ser humano, muitas vezes, no fundo do poço, à morte, o qual, destrói aquela beleza que todo ser humano traz em si, traz na origem de seu ser, que é a “imagem de Deus”. O amor erótico leva à sexualidade depravada, desvirtuada, totalmente contrária àquilo que Deus criou o homem.

Os gregos definiam bem o sentido do amor. Definiam o amor em três categorias: “Amor Filia”, o amor de amigos, aquele que realmente se classifica como nosso amigo que também é quem nos compreende, com quem partilhamos a vida e ele conosco; é quem nos ama na mesma intensidade, nos respeita, consola, sofre conosco. Este é o verdadeiro amigo e era classificado como “Amor Filia”.

Outro era o “Amor Ágape”, o amor que todos nós cristãos devemos ter um para com o outro. Amor por causa de Deus. Por Deus, porque somos filhos do mesmo Pai, amamos sem conhecer mas por causa da mesma fé. Este é o amor que todo cristão deve ou deveria ter um para com o outro.

E finalmente o “Amor Éros”, este sim, o amor erótico, o que conhecemos e o mundo atual o vive, sem limites, desregradamente, depravadamente, o amor que é de momento. Surge no momento apenas, mas logo se acaba e tudo passa, é o tal do “ficar”, o qual conhecemos tão bem. Ou seja, romanticamente, aquele amor que se conhece no verão, vive-o intensamente enquanto dura as férias do verão e quando este acaba, também acaba-se o amor. São as paixões da vida.

O ser humano hoje tem vivido unicamente este amor, esqueceu-se completamente de sua essência: Deus. Amor puro, sem interesse, amor que constrói e não destrói. Amor que preenche toda existência e acalenta. Muitos jovens querem acalentar seu “amor” nos braços de outro, mas acabam voltando completamente vazios. Tudo porque buscam o “vazio”. Sendo bem realista, o vazio no vazio leva ao infinito e mais profundo abismo que é e só pode nos levar à morte.

Deus é o puro e perfeito amor: “O amor é paciente, é benfazejo; não é invejoso, não é presunçoso nem se incha de orgulho, não faz nada de vergonhoso, não é interesseiro, não se encoleriza, não leva em conta o mal sofrido; não se alegra com a injustiça, mas fica alegre com a verdade. Ele desculpa tudo, crê tudo, espera tudo, suporta tudo” (1Cor 13,4-7).

O amor alegra-se com a verdade e tudo suporta. Amemo-nos de verdade, sem hipocrisia. Não transforme aquilo de mais belo que Deus te fez em “banalidades” e futilidades. Não transforme este amor em miséria, em morte, mas deixe Deus transformá-lo tal como Ele o criou: puro e sem mancha, para que você seja feliz e desfrute bem desta riqueza que Deus o presenteou: a sua SEXUALIDADE!

É tempo de acordamos, de despertarmos para o verdadeiro sentido do Amor: Deus!