Somos Imagem e semelhança de Deus, Ele é o princípio de tudo em nós. Durante nossa vida, em virtude de tantas coisas, vamos nos distanciando dessa verdade. É como se nos distanciássemos do conhecimento dessa identidade tão linda…
Acho que você pode olhar para sua vida e perceber na sua história algum momento em que esteve distante de Deus, do seu amor, da sua vontade e o quanto isso influenciava em seus atos.
O mais importante é que somos todos chamados a essa conversão, que é justamente voltar-se para Deus que é o inicio e o fim de tudo em nós… O próprio nome já diz: converter é se voltar, virar-se para a meta, o alvo, o referencial… converter-se é justamente essa virada.
Então quando Jesus fala:
Se não vos converterdes… ele esta falando: se não voltares para mim, se não olhares para mim, se não me tiveres como meta… não entrareis no
Céu. No entanto, acrescenta aí um ponto de suma importância, fundamental para
esse processo e continua dizendo: “E não vos tornardes como criança não entrareis no Reino dos Céus…
O que Jesus está querendo nos transmitir quando nos pede para nos tornarmos como criança?
É justamente tornarmo-nos desprovidos de qualquer coisa, tornarmo-nos dependentes somente de Deus, como a criança é do Pai e da Mãe. Tornar-se puro, pobre de coração, ou seja enceto de qualquer ambição, de desejo da realização de vontade própria, de orgulho… é claro!!!
Jesus diz, tornardes, então está dizendo que depois da conversão, depois que você decide voltar-se para Ele, você precisa agora de viver um exercício de sublimar, oferecer como sacrifício de louvor a vontade própria, renunciar as vaidades, o orgulho, a ambição enfim. Com isso vai se confirmando, a cada passo, a decisão de viver o abandono em Deus. Isso é tornar-se como criança.
É certo que a conversão se dá em um dado momento, no qual você se decide por Deus, e esta decisão vai se enraizando, tomando forma, força a cada dia, vai se efetivando a cada renúncia, a cada entrega.
Outro dia foi prodigamente providencial comigo…
Estava eu participando da Santa Missa e havia uma criança de mais ou menos uns cinco anos em minha frente. A liturgia nesse dia propunha a nós justamente esse evangelho… “SE NÃO VOS CONVERTEDES E NÃO VOS TORNARDES COMO CRIANÇAS NÃO ENTRAREIS NO REINO DO CÉU”… e esse trecho ficou gritando dentro de mim,como um questionamento interior… Então, no momento em que o Sacerdote levantou o Pão e o Vinho consagrados, transformados no Corpo e no Sangue de Cristo, aquela criança que estava ajoelhada, inclinou-se ainda mais e ficou quase deitada de corpo inteiro no chão. Assim entendi o que é ser como criança.
Ser como criança é ser inclinado para Deus, não só diante de Deus, mas para Deus, para tudo que vem de Deus, que agrada o coração de Deus; ser como criança é estar livre de tudo que possa impedir-nos de dar a Deus amor total, amor sem escrúpulos, como aquela criança que se inclinou diante de Jesus Sacramentado.
Muito mais do que voltar-se para Deus, é preciso inclinar-se para Deus. É isso que efetiva a conversão, é isso que dá sentido a ela e a torna de fato fonte de santificação.
É justamente esse ato de se inclinar para Deus que faz a nossa conversão ser sincera e coerente, que faz acontecer o testemunho, que a faz livre de toda e qualquer hipocrisia.
Os meios para viver esse inclinar-se para Deus, o próprio Deus nos revela, a Santa Madre Igreja nos dá pelos Sacramentos. Aquela criança que se inclinou diante do Sacramento da Eucaristia mostra o desejo de Deus: é isso que alegra o Seu coração.
Podemos nos inclinar de tantas formas, porém sobretudo nos inclinemos a Deus pelos sacramentos, pelo batismo, pela Eucaristia, pela confissão, pelo crisma, na vocação a qual cada um é chamado, pelo amor a Maria e a São José, pela devoção aos santos, vendo em tudo isso fonte de vida e sentido para a mesma, ser Igreja e amar os irmãos e se comprometer com o Reino de Deus que pertence a todos os filhos de Deus que ainda não sabem que o possuem…
Que Deus abençoe a todos no amor Maternal de Maria!!!