Santa Clara nasceu em Assis, Itália, no ano de 1193. Pertencia a uma nobre família e era dotada de grande beleza. Seu pai chamava-se Favorino de Offreduccio e sua mãe, ortolana da Fiume. O casal possuía mais quatro filhos.
Santa Clara destacou-se desde cedo pela sua caridade e respeito para com os pequenos, exercitava com freqüência a piedade cristã, distribuindo esmolas e atendendo com disponibilidade as pessoas necessitadas que a procuravam. Fazia tudo espontaneamente, com muito amor, carinho, respeito, como demonstração de seu sincero amor a Deus.
Aos 15 anos de idade estava assediada por diversos pretendentes, dos quais, um deles era de muito agrado de seus pais, enfrentando a oposição da família, que pretendia arranjar-lhe um casamento, um dia conversando com sua mãe ela revelou que havia consagrado a sua virgindade a Deus, como demonstração de amor e entrega total.
Em 18 de Março de 1212, com dezoito anos Clara abandonou seu lar para acolher o luto pela Paixão e Morte do Senhor. Para isto foi ao encontro de São Francisco de Assis na Porciúncula e fundou o ramo feminino da Ordem Franciscana, também conhecido como das Damas Pobres ou Clarissas. Viveu na prática e no amor da mais estrita pobreza.
Santa Clara, enfrentou diversas dificuldades, mas soube resistir e solucionar todos os problemas com muita fé. Como exemplo vemos como Santa Clara resistiu a tentativa de invasão do Convento pelos Soldados. Os muçulmanos planejavam entrar e matas as monjas e destruir o convento. Clara que se encontrava doente, pediu que fosse colocada diante da porta principal d]fechada e mandou trazer o Ostensório de marfim com Jesus Sacramentado. Com o Ostensório nas mãos e as monjas ao seu lado, rezou fervorosamente a Deus, pedindo que livrasse suas filhas da maldade do inimigo. Depois de um pequeno espaço de tempo em silêncio, ouviu uma voz que saia do Ostensório, mas não era uma voz qualquer era uma voz de criança, que lhe disse: ‘Serei sempre o Seu Guarda‘!
Logo a seguir, ouviu-se lá fora, o trotar de animais, que indicava que os sarracenos tinham desistido do assédio ao Convento e partiram.
Seu primeiro milagre foi em vida, demonstrando sua grande fé. Conta-se que uma das irmãs de sua congregação havia saído para pedir esmolas para os pobres que iam ao mosteiro. Como não conseguiu quase nada, voltou desanimada e foi consolada por Santa Clara que lhe disse: ‘Confia em Deus !’ Quando a santa se afastou, a outra freira foi pegar o embrulho que trouxera e não agüentou mais levantá-lo. Tudo havia se multiplicado.
Santa Clara trabalhou para o Senhor durante 41 anos de vida, morrendo com 60 anos de idade, depois de ter sofrido ao longo de 28 anos de uma incômoda enfermidade. Um ano antes de sua morte em 1253, Santa Clara assistiu a Celebração da Eucaristia sem precisar sair de seu leito. Neste sentido é que é aclamada como protetora da televisão. Ainda em 1253, o Cardeal Rinaldo, futuro Papa Alexandre IV, foi visitá-la em São Damião e após a Confissão, concedeu-lhe a indulgência Plenária e remissão de todos os pecados. A partir deste dia, as freiras se revezavam diante do seu leito. Inês, sua irmão com quem não se encontrava há 30 anos, veio visitá-la. Manteve-se ao seu lado em oração por um longo tempo.
Clara pediu aos frades da Porciúncula, seus amigos que sempre estavam presentes, que se aproximassem e lessem o Evangelho da Paixão de nosso Senhor Jesus Cristo. Frei Ângelo procurava consolar paternalmente as freiras ao redor de seu leito que choravam, enquanto Frei Junípero, com voz bonita e forte, mas ás vezes entrecortada pela dor, leu a Paixão do senhor Jesus. Clara murmurou: ‘Vai em paz minha alma, pois você tem um guia seguro que lhe mostrara o caminho, Aquele que lhe criou, santificou, amou e não cessou de vigiá-lo com a ternura de uma mãe que zela pelo filho único de seu amor. Dou graças e bendigo ao Senhor porque Ele criou a minha vida‘.
Depois disso se calou, ficou imóvel. Uma Freira então perguntou: ‘A quem falava minha Madre?‘ Clara respondeu: ‘A minha Alma‘
Frei Junípero então terminou a leitura do evangelho e permaneceu em silêncio. Ela não disse mais nada… Com um suave sorriso nos lábios, partiu para junto de nosso Senhor Jesus Cristo.
Em 1255, dois dias depois de sua morte o Papa Alexandre IV canonizou-a em Anagni. Seu corpo encontra-se num Mausoléu, na Basílica com o seu nome em Assis.