Santa Casa de Misericórdia

Hoje, quatro horas da manhã. Qualquer hospital do país. Em qualquer Santa Casa de Misericórdia espalhada pelo Brasil as filas já estão bem grandes a essa hora. Nos ambulatórios se misturam as filas dos que serão atendidos hoje com as filas daqueles que marcarão suas consultas. Nos pronto-socorros se misturam as filas de ontem à noite, que ainda não foram atendidas, e as filas de hoje. É gente pra todo lado.

Gente doente há muito tempo que peregrina constantemente nestes hospitais, gente doente há pouco tempo que ainda não sabe nada sobre o que é ficar doente, gente que traz gente doente, gente que não está doente mas simula doença com algum interesse e por isso acaba se tornando doente também…

Jerusalém, piscina de Betesda, que quer dizer Casa de Misericórdia. Gente doente pra todo lado. Doente há muito tempo e há pouco tempo. Gente que deve ter andado muito para estar ali. Vindos de várias regiões da Judéia, Samaria, Galiléia, além Jordão, gastaram tudo que tinham e muito tempo para chegar em Jerusalém. Gente confiante na cura, gente descrente de tantas outras tentativas, gente cuja única esperança é a misericórdia, em Betesda…

Na Santa Casa de Misericórdia o dia passa rápido. Muitos pacientes já foram atendidos. A maioria está insatisfeita porque ainda não foi atendia, quem foi atendido reclama do mau atendimento, e quem foi bem atendido reclama que não tem dinheiro para comprar seu remédio. Estar doente não é fácil e só sabe quem já ficou ou quem está. Além de estar doente, depender do serviço de saúde é uma cruz a mais a carregar…

Na piscina de Betesda os doentes ficavam esperando pelo anjo do Senhor que “descia de vez em quando” e agitava suas águas. Quando o primeiro enfermo entrava na água ficava curado, qualquer que fosse sua doença. É claro que os mais enfermos nunca conseguiam pular na água primeiro. Alguém em melhores condições tinha mais chance de pular na água primeiro.

Nos nossos hospitais também é assim. Não existem profissionais o bastante e quem tem a saúde melhor tem mais chance de brigar por ela e assim conseguir atendimento.
Naquele dia em Betesda foi diferente. Um homem que há 32 anos estava doente encontrava-se ali. Jesus teve a sensibilidade de passar pela piscina e ver o tal homem. Logo percebeu que há muito tempo ele estava ali. Parou e lhe perguntou se queria a cura. Não sabendo com quem estava falando o tal homem relatou que quando as águas borbulhavam, antes mesmo que entrasse na água, outro já havia entrado. Queria apenas ser jogado na piscina da Misericórdia para ser curado. Nossos pacientes querem apenas ser incluídos nos sistemas de saúde. Querem apenas que alguém os “jogue” nas Santas Casas de Misericórdia espalhadas pelo país. Acreditam que podem encontrar a cura para seus males em tais locais mas sabem o quanto é difícil “entrar na piscina”. Jesus, que é a própria Misericórdia, curou o homem imediatamente, porque teve compaixão, misericórdia dele.

Assim como o Senhor curou aquele homem, também pode curar você. Estão querendo tirar sua esperança na cura. Estão dizendo que Jesus curava naquela época para se revelar como Deus. Estão dizendo que acreditar na cura através de Jesus é charlatanismo de quem prega assim. Claro, você deve continuar procurando as piscinas de Betesda, porque é lá que estará o caminho e o veículo para a cura: a medicina. Mas mesmo que lhe digam o contrário, Jesus é o mesmo ontem, hoje e sempre. Se Ele passou naquele “hospital” e teve compaixão daquele doente, Ele pode fazer o mesmo hoje com você. Peça e confie no Senhor, na sua Misericórdia. Aquela Misericórdia, lá da piscina de Betesda …