Em um vestibular que prestei em 96 na cidade de São Paulo li um texto dizendo que existiam ‘dois tipos de amor: um que acaba quando você conquista uma pessoa e o
outro que começa depois de conquistado’. Na época eu constatei com veemência tais afirmações.
Primeiro, pelo fato de que as pessoas não vieram ao mundo para serem conquistadas e segundo, que na prática, muitas vezes confundimos amor com outros sentimentos (que também não deixam de existir na presença do amor): paixão, atração física, amizade e companheirismo.
O segundo exemplo dado no texto do vestibular é qualquer coisa menos o amor. Para alguns, detectá-lo, torna-se uma tarefa complicada, mas possível. No entanto, é melhor descartar em uma primeira análise aquilo que não condiz com o amor, auxiliando a vida dos que desejam encontrá-lo.
O amor não acaba, não finaliza as coisas, não se extingue numa esquina ou em uma página de um livro que se deseja ler. Não se encerra após um dia de saudade ou nas noites de aniquilamento. O amor não se entrega às palavras nem às frases bonitas que causam boa impressão.
Não se perde depois de um dia cansativo, nem morre com o nosso corpo, que é matéria. Não é uma contração involuntária e agressiva e repentina do seu coração quando se encontra alguém. O amor não se finaliza nas calçadas das ruas, na aresta da sala, na saia rodada de uma moça (e entenda-se tentação). O amor se mostra gracioso, não se enclausura no silêncio, não é individualista. Muito menos em lágrimas brinca de se afogar. O amor é como Jesus Cristo, não desiste nunca de você, por mais que às vezes você pode deixá-lo em alguns momentos.
O verdadeiro amor é mais forte que qualquer distanciamento. ‘Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha’ (I Coríntios 13).
O amor não briga, não se desentende com falta de dinheiro, com a desesperança, não treme com a falta de fé. O amor é fiel, companheiro, incondicional, não passa nunca. Não desliza na doença, não carece de riquezas e não escolhe a família em que vai nascer. É o pão que se dá aos pobres, é o choro na presença da guerra e a tristeza na falta de entendimento entre as pessoas.
O amor fala pelos irmãos que se encontram oprimidos. Mesmo assim, no amor, cabem as flores, um sinal do que Deus deixou aos nossos caminhos. Enobrece-se em espírito e beija a face de quem sorri. O amor é o que homem espera para ter em sua vida um pouco mais de paz e união.