Porque ainda não sou bom!

Todos trazem no íntimo o desejo de ser bom, entretanto nos defrontamos milhares de vezes com a nossa pequenez em atitudes ordinárias da vida.

Quando estamos vivendo de acordo com as circunstâncias que a vida nos conduz, todos os nossos atos são justificáveis pela situação.

A nossa experiência de vida conta-se muito; a experiência acadêmica então se torna uma ferramenta de grande valia. Os títulos são os nossos estandartes; nos suportamos naquilo que somos, que por muito esforço foi adquirido e conquistado.

Não foram poucas às vezes em que você e eu confiamos no nosso potencial profissional para a conquista de um emprego, talvez na eloqüência para podermos ser convincentes; podemos até nos lembrar das vezes que em nossos argumentos, saímos com uma frase como esta: ‘… eu tenho tantos anos de experiência’.

Ainda nesta condição é comum não acolhermos a opinião daquele que, por inúmeros motivos, detém uma posição social ou acadêmica inferior que a nossa. Por mais que a opinião possa parecer sensata, relutamos em acolher.

Mas graças a Deus, através da sua misericórdia, fomos conquistados a participarmos da vida em Cristo. Uma grande mudança acontece no nosso íntimo, aumenta o nosso desejo em agradar a Deus. E tudo aquilo que já foi vivido e fazia parte de nossa ‘personalidade’ começa-se a ser trabalhado no objetivo de atingirmos a imagem de Cristo.

Durante a nossa caminhada, quando deparamos com situações onde um outro, que a sua idade pode corresponder a uma fração da nossa idade de caminhada na igreja; coloca-se em uma posição superior, ou nos responde com uma advertência para a formação pessoal, todos os antigos argumentos borbulham em nosso íntimo. Corremos até o risco de mais uma vez lançarmos a frase ‘…afinal eu tenho tantos anos de caminhada.’

Na verdade estamos considerando que a unção nas palavras de formação estão diretamente ligadas ao tempo de caminhada e não a abertura de coração.

Ficamos como que, enciumados, por em tão pouco tempo, percebemos o crescimento em Deus de tal pessoa.

Nesses momentos é bom lembrarmos da parábola dos operários da vinha.

‘Eu quero dar a este último tanto quanto a ti. Ou não me é permitido fazer dos meus bens o que me apraz?’ (Mt.20,14-15)