Poder amar é um privilégio!

Há alguns dias, o Papa João Paulo II dizia que “o grande privilégio do homem consiste em amar. Transcendendo assim ao efêmero e transitório”. Uma história nos pode ajudar a refletir a respeito.

Chamaram a Senhora Thompson. Era professora e enquanto esteve a frente de sua classe de 5ª série, iniciava o primeiro dia de aula dizendo a seus alunos uma mentira: dizia-lhes que queria todos por igual. Mas isso não era possível, porque logo na primeira fila, esparramado sobre sua carteira, estava um menino chamado Teddy Stoddard.

A Senhora Thompson havia observado Teddy desde do ano anterior e havia notado que ele não brincava muito com os outros meninos, que sua roupa estava muito descuidada e constantemente necessitava tomar um bom banho. Teddy começava a ser um tanto desagradável. Chegou o momento em que a Senhora Thompson sempre marcava os trabalhos de Teddy com uma caneta vermelha, fazendo um grande “X”, e colocando um “zero” muito chamativo na parte superior de suas tarefas. Um dia, revisando o histórico de cada aluno, impressionou-se quando leu o de Teddy.

A professora do primeiro ano escreveu: “Teddy é um garoto muito brilhante, com um sorriso sem igual. Faz seus trabalhos bem feitos e tem bons modos… é um prazer tê-lo por perto”. Sua professora do segundo ano escreveu: “Teddy é um excelente aluno, se dá muito bem com seus companheiros, mas encontra-se preocupado porque sua mãe tem uma doença incurável e o ambiente de sua casa deve ser muito difícil”. A professora do terceiro ano escreveu: “Sua mãe morreu, e tem sido muito duro para ele. Ele trata de fazer o maior esforço, mas seu pai não mostra muito interesse e o ambiente em sua casa o afetará até não se tomarem certas medidas”.

Sua professora do quarto ano escreveu: “Teddy se encontra atrasado em relação a seus companheiros e não mostra muito interesse na escola. Não tem muitos amigos e em algumas ocasiões, dorme em classe”.

Agora a Senhora Thompson havia dado conta do problema e estava envergonhada consigo mesma. Começou a sentir-se pior quando seus alunos levaram para ela seus presentes de aniversário, todos bonitos, exceto o de Teddy, pois seu presente estava mal embrulhado com um papel amarelado que ele havia tirado de uma sacola e papel. A Senhora Thompson assustou-se ao abir esse presente no meio dos outros presentes. Algumas crianças começaram a rir quando ela encontrou um velho bracelete e um frasco de perfume, com somente um quarto de seu conteúdo. Ela começou a exclamar pelo bracelete, que era precioso, enquanto colocava um pouco de perfume em seu pulso. Teddy ficou esse dia até o final – o tempo suficiente para dizer-lhe: “Senhorita Thompson, o dia de hoje você está com o cheiro de minha mãe”. Depois que o menino se foi, ela chorou muito.

A partir desse dia, ela deixoude ensinar a seus alunos aritmética, a ler e a escrever. No lugar disso, começou a educar os alunos. A Senhora Thompson colocou atenção especial em Teddy. À medida que começou a trabalhar com ele, seu cérebro começou a reavivar. Enquanto mais o aprovava, ele respondia com mais rapidez. No final do ano, Teddy era um dos alunos mais conceituados da professora.

Um ano depois, ela encontrou uma carta debaixo de sua porta. Era de Teddy, dizendo-lhe que ela foi a melhor professora que ele teve em toda sua vida. Seis anos depois, recebeu outra carta dizendo que estava terminando os estudos e era o terceiro aluno de sua classe, e ela seguia sendo a melhor professora que teve em toda sua vida. Quatro anos depois, recebeu outra carta que dizia que, apesar das ocasiões que foram difíceis, ele continuou a estudar e a guardaria com grandes honras. E ela seguia sendo a melhor professora que teve em toda sua vida e a sua favorita.

A história não termina aqui, existe uma carta a mais para ler: Teddy agora dizia que havia conhecido uma garota, com a qual iria casar-se. Explicava que seu pai havia morrido e lhe perguntava se ela gostaria de ocupar em seu casamento, o lugar que usualmente é reservado para a mãe do noivo. A Senhora Thompson aceitou.

Para ele foi uma surpresa: ela chegou usando o velho bracelete e o perfume que Teddy recordou de sua mãe, em seu último aniversário.

Agora ele era doutor. Deu-lhe um grande abraço e sussurou ao seu ouvido: “obrigado por acreditar em mim, por fazer-me sentir importante e mostrar-me que eu posso fazer a diferença”.

A Senhora Tompson, com lágrimas nos olhos, disse-lhe: “Teddy, te equivocas. Foi você que me ensinou que eu posso fazer a diferença. Não sabia educar, até te conhecer”.

Pbro. Dr. José Martínez Colín
Qualquer comentário ou sugestões:padrejose@ich.edu.mx