O voto não tem preço, mas tem conseqüência

Com este alerta, mais uma vez somos chamados a fazer nossas escolhas, nas próximas eleições, destinadas a colocarmos Presidente da República, Governador do Estado, Senadores, Deputados Federais e Estaduais para administrar nosso País e nosso Estado e legislar sobre os mesmos, do jeito que nós sonhamos.

Caro eleitor, você tem em suas mãos o poder para construir ou para destruir seu próprio Estado ou País. Seu voto pode ser um tesouro que servirá com outros a fazer seu País, o seu Estado, melhores do que estão, com cidadãos mais felizes e serenos, mesmo na caminhada humana, não sempre livre de imprevistos e desastres.

Seu voto poderá ser também uma bomba que destrói e arrasa com seus sonhos, travando o progresso, castigando o povo, piorando tudo; talvez enriquecendo poucos, às custa de todos. Por isso, seu voto não pode ser trocado por favor algum. Não há recompensa que possa pagar o valor do voto. Ele não tem preço.

Mas digitando seu voto na urna eletrônica, você estará, querendo ou não, abrindo um futuro feliz ou desastrado para você mesmo, para sua família, para a sua cidade, para o seu Município, para seu Estado, para o seu País.

O voto tem conseqüências.
1. O voto é um exercício primeiro e fundamental de cidadania.
Pelo voto você, no respeito aos outros e no segredo, aponta o rumo que quer imprimir ao seu País, ao seu Estado. Pelo voto, você delega quem cuidará dos serviços fundamentais e necessários ao seu Estado, ao seu País, administrando o dinheiro público.

Pelo voto, você aponta pessoas que julga serem competentes e honestas. Pelo voto, você se toma absolutamente igual a todos os demais cidadãos, pois o voto é um só e igual para todos no seu valor: o voto do analfabeto vale tanto quanto o do doutor; o voto do pobre como o do mais rico; o voto do simples como o do mais sábio e inteligente.

Pelo voto, você pode desmascarar e rejeitar as pessoas que nos decepcionaram em administrações precedentes, marcadas pela corrupção; pelo disfarçado e sutil desvio dos recursos públicos em seu próprio favor ou de seus aliados.

Pelo voto, você tem oportunidade de colocar pessoas mais íntegras e mais dignas de confiança na presidência da República, no Senado, nas Assembléias Legislativas.

São gritantes as omissões de muitos de nossos Deputados em suas tarefas de aprovar o orçamento nacional ou estadual e fiscalizar sua execução rigorosa.

Finalmente, você entende quantas distorções pode corrigir e quanto pode colaborar no progresso de nosso Estado e do nosso País, levando para a administração pública pessoas absolutamente dignas de nossa confiança e capazes de se dedicarem ao bem do povo, diminuindo inclusive seus altos salários, que se constituem em autênticos escândalos, roubos legitimados do dinheiro público, diante da pobreza e miséria com que muita gente é obrigada a viver.

É também do conhecimento público com que extrema facilidade muitos de nossos deputados se deixam corromper, aprovando e concordando com projetos de interesses de grupos, do seu partido e não do Bem Comum.

Há um espírito de mentira que deve ser desmascarado e colocado, sem temor, diante de todos, por que ele leva à desgraça, como adverte a Bíblia.

“Como está vendo, o Senhor mandou um espírito mentiroso na boca de todos os teus profetas que estão aqui, pois o Senhor decretou tua perdição” (l Reis 22,23)

Entenda bem: não é Deus que quer a perdição das pessoas. A Bíblia apenas adverte: a mentira leva à perdição. Nós sabemos que a mentira é muito usada em tempo de eleições.

2. O voto é exercício de inteligência e discernimento
Com este segundo momento de reflexão quero lhe conduzir a entender que votar é um ato de alta responsabilidade humana. Para votar com plena liberdade e opção amadurecida você deve se informar, interrogar, pesquisar o mais possível para fazer a escolha de seus candidatos, na certeza moral que está votando nos melhores.

De modo que deve excluir de suas opções o critério da amizade, do parentesco, da gratidão, da simpatia ou antipatia e outros semelhantes. Deve usar unicamente a inteligência e o bom senso que Deus lhe deu na hora de decidir em quem você votará. O voto deve recair sobre pessoas conhecidas e reconhecidas como honestas, competentes. É preciso dar um basta à corrupção.

Caro eleitor, você percebe quanto caminho fica a fazer para assimilar esses esclarecimentos que não são novidade alguma mas custam ser entendidos e assumidos por muitos.

3. O voto é também exercício de fé.
Não se assuste com esta minha afirmação. Quero lhe dizer que, ao votar, você continua sendo uma pessoa, homem ou mulher, que acredita em Deus e não em qualquer Deus. Acredita no Deus revelado na Bíblia, pela pessoa de Jesus Cristo, Deus Ele próprio, Anunciador da chegada do Reino de Deus na terra. Ao votar, você não renuncia ao Evangelho, muito ao contrário você o tem bem presente e quer deixar-se, guiar por ele. O Evangelho não lhe sugere o nome dos candidatos; mas lhe dá critérios para escolhê-los.

“Felizes os que têm fome e sede de justiça … “(Mt.5,6)
“Felizes os que promovem a paz … “(Mt.5,9
“Felizes os que são perseguidos por causa da justiça … ” (Mt,5,)
“Em primeiro lugar busquem o Reino de Deus e a sua justiça .. ” (Mt.6,33).
“O Reino de Deus ( … ) é justiça, paz e alegria no Espírito Santo” (Rm I,17).
“Pelos frutos se conhece a árvore.” (Mt.12,33)

As citações poderiam continuar, mas você já entendeu o quanto a Bíblia insiste na justiça e na paz como expressões mais fortes, não únicas, do Reino de Deus.

Ora nós, os cristãos, estamos convencidos que em tudo somos convocados para promover o Reino também nas eleições. Você estará promovendo o Reino corno pessoa de fé, ao votar para aqueles que mais lhe garante estarem preocupados com a justiça, a paz plena e total do povo. Votar é tão importante como rezar.