O Mistério do Sofrimento

Três eventos chaves na Tradição Cristã nos dão mais significado e compreensão do mistério do sofrimento. Estes são: a encarnação, o mistério pascal e o Pentecostes, como registrado nos Atos dos Apóstolos.

Na encarnação, contemplamos o fato de Deus tornar –se um de nós. Este foi o caminho que Deus escolheu para nos reconciliarmos com ele e uns com os outros, depois que nós pecamos e perdemos a sua amizade. Custou a Jesus tornar- se como um de nós, humanos. S. Paulo descreve isto vividamente em Filipenses 2, 5–8… ‘Comportai–vos entre vós assim, como se faz em Jesus Cristo: ele, que é de condição divina, não considerar como presa a agarrar o ser igual a Deus. Mas despojou–se, tomando a condição de servo, tornando–se semelhante aos homens, e por seu aspecto, reconhecido como homem; ele se rebaixou, tornando–se obediente até a morte , e morte numa cruz.’

O discipulado cristão requer muita humildade para a condução de um serviço. Servir aos interesses dos outros em vez do próprio pode ser uma grande exigência e que nos custe caro. Isto muitas vezes acontece com muito sofrimento, com Jesus cristo teve que suportar. O mistério pascal apresenta o evento da paixão, sofrimento, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Em Isaías 53, 3–5, lemos a profecia do servo sofredor.

‘…Em verdade, ele tomou sobre si nossas enfermidades, e carregou os nossos sofrimentos: e nós o reputávamos como um castigado, ferido por Deus e humilhado… fomos curados graças às suas chagas‘.

As muitas aflições que passamos, em termos de doença, rejeição, intimidação, ameaças, perseguição, morte, etc. em nossas vidas, foram suportadas e carregadas por Jesus Cristo, há dois mil anos atrás. Unamos nossas dores e sofrimentos com o de Jesus e experimentemos a redenção, a cura, a libertação e a verdadeira paz.

Em Pentecostes, a promessa de Jesus em Atos 1, 8 foi realizada… ‘Mas descerá sobre vós o Espírito santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria e até os confins do mundo.’

A raíz da palavra que significa testemunhar em grego implica ‘martírio’. O poder do Espírito Santo fará de nós testemunhas audazes, ao ponto de entregarmos nossas vidas por causa do Evangelho. À medida que nos aproximamos do novo milênio, há uma urgência do testemunho cristão que seja acreditado e sem medo, particularmente quando as sociedades se tornam mais secularizadas e materializadas. O Pentecostes, de várias maneiras traz a santificação e também proporciona a graça de suportarmos o sofrimento como testemunhas de Jesus Cristo. O custo do discipulado é necessariamente uma escolha de sofrer pelo reino de Deus.

Mark Nimo,
Membro do Conselho Internacional da RCC
E-mail: marknim@hotmail.com