O jejum comenta frei John da comunidade ecumênica de Taizé(França), referindo-se ao dia 14 próximo, convocado pelo Papa aparece como um ato surpreendente de libertação. É um modo muito concreto de dizer: chega! Não é preciso correr sempre mais rapidamente, ter sempre mais, fazer sempre mais, esgotar-se numa busca cada vez mais louca de bens que afinal se mostram inúteis, e muitas vezes nocivos.
O ato de se privar por um período de coisas também bonitas em si, de renunciar provisoriamente a possibilidades também interessantes, nos aponta que o nosso destino não é deixar-nos agarrar pelas coisas, que a pessoa continua, apesar de tudo, o valor original. O jejum para Frei John é uma contestação silenciosa de uma sociedade que só visa consumir e acumular.
Nos diz que o essencial da vida não consiste em ter, mas em ser, até mesmo em viver em comunhão. Nos faz apreciar mais as coisas materiais: lembremos que o jejum em si é uma privação provisória, não definitiva. Nos ajudar a buscar uma vida simples, onde aprendemos a acolher com alegria e gratidão os dons que todos os dias Deus nos dá.
O jejum lembra finalmente o representante da comunidade de Taizé vai sempre junto com a oração e a esmola. Uma simplificação da vida sem uma abertura a Deus e uma atenção aos homens menos afortunados, corre o risco de ser tornar uma forma mais sofisticada de egoísmo.
Hoje, num mundo onde aumenta a separação entre ricos e pobres, existe uma necessidade urgente de plantar os sinais de partilha, também se pequenos, que antecipem uma sociedade de solidariedade entre todos. A renúncia é assim o sinal de uma grande disponibilidade. O jejum cria a possibilidade de se aproximar de Deus no silêncio e na oração, dos nossos irmãos através de atos de serviço e de partilha espiritual, mas também material.